Meu filme favorito sempre foi “A Bela e a Fera” e eu sempre achei que era porque a Bela era uma amante dos livros, assim como eu era. Ledo engano. Vou dar uma leve explicação sobre meu entendimento dessa história e contar a experiência que vivi quando estive na Disney em 2019:
A Bela é aquela que consegue ver as pessoas pelo o que elas verdadeiramente são. Dificilmente ela se engana. Sempre educada e verdadeira, mansa e disposta a ir até o fim.
O Gaston é aquele que muitos desejam ser e ter. Os homens invejam e querem ser como ele: forte e cheio de confiança. As mulheres desejam aquele homem de boa aparência que demonstra ser o homem ideal, apesar de depois mostrar que quer nada além de uma empregada bonita e não uma esposa para amar e cuidar.
A Fera é alguém que sofreu as consequências de se ligar somente as aparências. Isso era tudo que lhe importava e por isso virou fera. Teve que aprender, na marra, que “as aparências” enganam.
Bom, eu estava lá, último dia do parque e eles fazem uma projeção no castelo e passam aquela parte da batalha entre a Fera e o Gaston e sua sequência até que ele se torna homem de novo.
Mas, de repente, quando se inicia a batalha eu escuto:
“ – Aline, você está vendo o Gaston? Ele não é aquilo que o mundo considera ‘legal’? Aquilo que muitos querem? E o que ele é na verdade aqui? o que ele representa? O que você vê agora? Ele é o que há de pior! Ele é ruim! Ele é egocêntrico.
E a Fera? Com essa aparência feia, mas que precisava ser tocado pelo amor, ser olhado nos olhos, ser levado pela mão para um caminho o transformaria. Precisou sofrer, precisou ser dobrado no fogo para se deixar tocar pelo amor.
E então chegamos à Bela, doce, verdadeira, que ao enxergar a verdadeira natureza de cada um, não se deixou enganar pela beleza exterior do galã e nem pela feiura desprezível da fera. Fez o que seu coração pedia e, por isso, conseguiu revelar o que havia de melhor no que, aos olhos do mundo parecia ser o pior”.
Aos prantos eu compreendi ainda mais aquilo que eu ouvi falar algumas vezes nas formações: “O demônio nunca vai se apresentar como um ser feio e desprezível. Será sempre agradável aos olhos e prazeroso. Às vezes as renúncias que nos serão pedidas parecerão feras que querem nos atacar e nos aprisionar em seus castelos, mas quando soubermos enxergar a beleza dentro daquilo, encontraremos nosso “Tale as old as time, song as old as rhyme”. E no lugar de Beauty and the Beast (A Bela e a Fera) eu colocaria “Deus e eu”, porque não há um conto de amor mais antigo e verdadeiro do que o de Deus por nós e nenhuma música tão antiga quanto a rima que as dos anjos que glorificam ao Deus altíssimo.
Desejei, por anos ser “Gaston”, descobri que eu era a “Fera” e que bastou Deus chegar como a “Bela”, com sua Beleza, verdade, mansidão e amor para que eu voltasse a ser Aline, mulher, filha de Deus, Shalom.
Aline Cassis | Shalom Santo Amaro