A nossa vida é cheia de fases e situações que nos levam a compreender o sentido, a razão e os objetivos pelos quais vivemos. Nós nascemos, crescemos em dependência dos que cuidam de nós, vamos criando a nossa ideia de mundo, conhecendo os sabores e as quedas, construímos laços, evoluímos, começamos a amadurecer, descobrimos que possuímos uma missão, passamos a sentir o nosso lado afetivo, optamos por uma profissão, e ao longo de tudo isso crescemos de acordo com cada fase. Diante de todas elas, vivemos o namoro, quando somos e nos sentimos chamados.
O desenvolver desse tempo é propício para dois aspectos: se conhecer e conhecer o outro. De forma bem clara é o período de deixar que a outra pessoa conheça quem você é, isso inclui seus defeitos e misérias; como também suas qualidades e encantos. Para isso você necessita sair de si, dos seus medos, das suas sombras e deixar ser amada(o). Além disso, é a ocasião na qual você passará a firmar e conhecer suas características afetivas, o que mais lhe atraí, o que você busca em uma pessoa, qual seu propósito, o que você não aceita em uma pessoa e afins. Então, o namoro é uma via de mão dupla onde você se conhece e se deixa conhecer.
Isso é relacionar-se. São duas pessoas interligadas com um único propósito que vivem essa missão com renúncia, disposição e coragem de amar. Quando falo sobre esse verbo me refiro a uma imensidão de lacunas. Porque o amor é:
- Entregar-se de coração, mas também de guardar seu corpo para si e para o outro;
- É abandonar-se no que Deus quer para os dois e viver essa vontade por mais árdua que seja;
- É dar carinho, afeto e docilidade, mas ter medidas, ter modos, ter respeito, não ser enjoativo e nem possessiva(o);
- É ser ferida(o) e escolher pela via do perdão por mais que o orgulho seja enorme;
- É alegrar-se com as decisões do próximo, por mais que não seja a sua vontade.
O amor é uma escolha! Pense em uma planta que você compra no supermercado, ela necessita ser cuidada, especialmente em receber aquilo que é dependência para ela, precisa ser regada, posta aos raios de Sol… Você precisa escolher cuidar dela dando-lhe o seu tempo, o seu carinho e a reconhecer que a planta possui seus limites. Mas mesmo assim você a ama e por decisão sua resolve permanecer. E assim é o namoro.
“Só comece a namorar quando você souber ‘porque’ vai namorar. Mais importante do que a idade para começar a namorar, 15 anos, 17 anos, 22 anos, é a sua maturidade”¹.
Neste período você deve se aproximar da família da sua(seu) namorada(o), conhecer os costumes dela; estar disposta(o) a acolher suas formas de vida; aproximar-se e tornar-se amiga(o) dos amigos da(o) sua(seu) namorada(o); é tempo de gastar seu tempo com o outro; de entender as limitações do próximo e ir reconhecendo se você é capaz de viver com elas.
Também é o momento de conhecer o seu sentimento e dar a liberdade dele crescer. Por fim, no namoro você deve discernir se a pessoa que está namorando com você será sua(seu) esposa ou marido. Ninguém é chamado a namorar por namorar. Atrás de tudo que vivemos há um significado e um propósito. E o propósito do namoro é o matrimônio, é gerar frutos, é ser uma só carne e viver esse serviço que é missão.
¹ Felipe Aquino, Livro: Namoro