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O que podemos aprender com a beata Benigna Cardoso?

Com apenas 13 anos a Menina morreu martirizada e é reconhecida como ‘Heroina da Castidade’. Saiba como crescer na vida de oração, fidelidade a Deus, ajuda aos necessitados e busca incansável pela santidade, seguindo o exemplo de Benigna, virgem, mártir, jovem e leiga.

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Dom Magnus Henrique Lopes, OMFCap. – Bispo diocesano de Crato e Padre José Vicente – Vigário Geral da Diocese de Crato.

A cearense Benigna Cardoso da Silva, conhecida como Menina Benigna, foi beatificada no dia 24 de Outubro deste ano em uma celebração realizada em Crato (aproximadamente 500 km de distância de Fortaleza), no Cariri cearense. A cerimônia contou com a presença da Comunidade Shalom e a redação comshalom teve a oportunidade de conversar com pessoas próximas a Beata, familiares e animadores da causa da beatificação. 

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Conheça um pouco da Menina Benigna

Benigna Cardoso da Silva nasceu em Santana do Cariri, em 15 de outubro de 1928. Tinha uma inclinação natural pela vida de oração e crescia na amizade com Deus, era devota de Nossa Senhora do Carmo e de Santa Teresinha. Danilo Sobreira, residente em Santana do Cariri, cidade natal da mártir, conta um pouco sobre a história da Menina:

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Benigna, em vida, foi vista como uma pessoa santa. Era muito dedicada aos estudos – era a primeira da classe, caridosa, amante da natureza e dos animais, extremamente religiosa, com assídua participação na Eucaristia aos domingos. Recebeu de presente uma bíblia do pároco na época que virou livro de cabeceira: ela lia as histórias e trazia para a sua vida como reflexão, transmitindo aos amigos e sendo até catequista por ensinar a Palavra de Deus. E também nutria devoção especial a Nossa Senhora do Carmo a quem sempre invocava para a livrar do inferno. Aos 12 anos, começou a ser assediada por um rapaz chamado Raimundo Raul Alves Ribeiro que sempre rejeitou.

Após várias tentativas de aproximação, ele armou uma emboscada por volta das 16h de 24 de outubro de 1941 após chegar da escola e quando ia buscar água próxima de casa: ele a abordou sexualmente. Ela rejeitou por ver no ato uma ofensa a Deus e, em consequência, ele a golpeou várias vezes com facão, tirando a sua vida. Desde então, ela é invocada como mártir, heroína da castidade, mártir da pureza.”

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Os relatos contados pelos familiares e amigos que conviveram com ela, mostram que toda a infância foi marcado por uma verdadeira busca pela santidade, que incansavelmente ajudava a quem mais necessitava, além de um olhar para a eternidade. Procurava em tudo fazer a vontade de Deus, encarando o próprio medo, teve uma maturidade espiritual elevada, que era alimentada pela busca constante dos sacramentos da confissão e eucaristia. 

Ela preferiu morrer para não trair sua convicção religiosa, sua experiência de fé. E, a partir desse contexto teológico, nesse sentido religioso, o povo vai sentindo a santidade de Benigna, que já era vivida, já era testemunhada durante a sua existência“, conta o padre Paulo Lemos Pereira, vigário da Paróquia de Senhora Santa Ana, Igreja onde estão os restos mortais da beata.

O que aprendemos com a Menina Benigna?

As irmãs adotivas contam que Benigna estava sempre disposta a ajudar, ela ia diariamente na casa de algumas idosas para poder cozinhar, dar as medicações, regar as plantas, e claro, rezar. “Ela dava umas voltinhas com as ‘tias’ lendo histórias da Bíblia ou rezando Ave-Maria”,  conta a irmã adotiva Teresa Leite. Assim, podemos aprender com a ela a ajudar os mais necessitados e a fidelidade pela vida de oração e desejo de evangelização e missionariedade. Ainda segundo relatos e registros históricos, a Menina, como ainda hoje é chamada, era aluna dedicada e fiel assídua às missas na Igreja Matriz de Santana, também realizava tarefas domésticas, prestando auxílio a suas tutoras, que eram idosas e tinham problemas de saúde

Busca incansável pela santidade

Sempre que possível, Benigna buscava a confissão e aconselhamento com Padre Cristiano Coelho – sim, com 13 anos elá já tinha um confessor e diretor espiritual, inclusive foi ele que manteve guardada e preservadas muitas coisas da Menina. De acordo com seus registros históricos, ela procurava em tudo fazer a vontade de Deus. Após a morte de Benigna, o sacerdote escreveu ao lado do registro de batismo: “Morreu martirizada, às 4 horas da tarde, no dia 24 de outubro de 1941, no sitio Oiti. Heroína da Castidade, que sua santa alma converta a freguesia e sirva de proteção às crianças e às famílias da Paróquia. São os votos que faço à nossa santinha”.

Já para o Cardeal Dom Leonardo Ulrich Steiner, que presidiu a Santa Missa com rito de beatificação,  Benigna é a representação real e concreta da religiosidade, principalmente na região do Cariri onde há homens e mulheres que lutam para responder um chamado ao apelo de Deus à santidade.

“Benigna é também um referencial, não somente para as mulheres, mas de modo especial para as crianças, para a juventude, que no mundo de hoje esquecem desse caminho da santidade”, afirma Dom Leonardo. 

A beata é exemplo de uma vida simples, singela, humilde, que no ordinário da vida era capaz de colher frutos de santidade. É necessário corresponder a vontade de Deus com alegria, ousadia e radicalidade, em tudo querer fazer e desejar o bem. 

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