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Por que não me sinto amado?

O sentimento de rejeição é destrutivo; faz-se necessário refletir a motivação disso e, à luz de Cristo, reconhecer-se no amor.

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A pessoa que não se sente amada sofre muito. O sentimento de rejeição é destrutivo e diabólico. Não é possível viver sem amor. Paga-se um preço muito alto com carências, desequilíbrios, ciúmes, invejas, compensações, doenças e todo tipo de protesto.

Vamos refletir sobre alguns sofrimentos de quem não se sente amado.

1 – A pessoa não amada é agressiva

Sabemos que a pessoa agressiva quer chamar atenção, buscando ser valorizada, elogiada, reconhecida como pessoa. Agressividade é um jeito infeliz de querer ser amado. São muitas as formas de agressão, desde o grito ou o silêncio amarrado, a indiferença até o desprezo da vida através de drogas, álcool, doenças de todo tipo.

Fazer uma experiência de Amor na oração

Como é importante amar e ser amado. Precisamos fazer a experiência de que Deus nos amou primeiro, nos ama sem medidas e nada afasta Seu amor por nós. Ele tem ciúmes de nós. Carrega nossos fardos, confia em nós mesmo quando erramos. Deus não se cansa de amar. Quem descobre o amor de Deus vai saltar de alegria e mudar de vida.

2 – A pessoa não amada é possessiva

Quer apossar-se de pessoas e coisas. É escrava dos apegos, ciúmes e dependências. Passa por muita decepção. Tem a mania de dominação e manipulação dos outros. Sofre a fome de atenção, de amizade, de comunicação. Vive numa prisão afetiva e num ateísmo afetivo, porque não acredita e não aceita que é amável. Sente-se culpada por não saber amar.

Vencendo a possessividade

Podemos vencer a possesividade com a autoestima. A descoberta do nosso lado de luz, dos nossos dons. Existimos porque somos amados, ou seja, porque Deus nos quis, nos desejou: “Eu sou um desejo eterno de Deus que hoje existe”. Minha existência é uma “existência amada” por Deus” (Sta. Catarina de Sena). Estamos envolvidos no amor de Deus. É preciso descobri-lo e sintonizá-lo. Aceitar que somos aceitos, crer que somos amados, é o caminho da libertação.

3 – A pessoa não amada é depressiva

Curte o vazio, o peso da vida sem sentido. Facilmente cai no negativismo, na tristeza, ansiedade e angústia. Focaliza o lado negativo. Eis o desgosto, o desinteresse, a apatia, a baixa-estima. Disso, surgem os estresses, o cansaço e depreciação.

Como ajudá-las?

Estas pessoas se recuperam com nossa compaixão, paciência e compreensão. Precisam de nossa amizade. Quando descobrem que Deus sofre com elas para tirá-las do sofrimento, saem de si e encontram o gosto e alegria de viver. Pequenos gestos para elas têm alto preço e aceitação.

4 – A pessoa não amada é insegura

Por não se autovalorizar, é vitima do medo, das críticas, dos julgamentos. A insegurança bloqueia toda criatividade e leva à timidez. Para elas é difícil pegar o ônibus, ir a uma festa, assumir alguma responsabilidade. Atrofiam suas potencialidades, são indecisas, “morrem na sala de espera”. Os outros são endeusados, invejados, enaltecidos demais. Tudo isso contribui para que a “dor existencial” seja ainda mais cruel.

Como vencer a insegurança?

Três amores salvam estas pessoas: o amor de si através das qualidades e vitórias, a amizade sincera e a descoberta que Deus as quer bem: “Eu te amo como tu és”, eis o que elas devem ouvir. Só os amados mudam. A aceitação de si é um ato de humildade e de verdade. Deus é força dos fracos. É oleiro que refaz o vaso. É o amante que nunca vai embora.

5 – A pessoa não amada é desconfiada

Sem confiança é difícil a comunicação. A desconfiança bloqueia a fé em si, nos outros e em Deus. Tudo é perigo, ameaça, perseguição, azar, fatalidade. Os outros são vistos como exploradores, indignos, maliciosos, interesseiros. A desconfiança obriga ao afastamento, à solidão, ao isolamento. A pessoa desconfiada vive sempre armada.

Viver a gratidão e o louvor!

Estas pessoas serão ajudadas pela gratidão e atitude de louvor por tanto bem, vitórias e sucessos que experimentaram, graças à ajuda dos outros. O outro é irmão, sem o qual não posso existir. Tudo na vida é interação, interdependência. Amar é crer nos outros.

6 – A pessoa não amada é doentia

Doença aqui é compensação, necessidade de afeto, procura de carinho. Um toque, um abraço, uma saudação e um elogio fazem milagres na vida destas pessoas.

Amá-las

Confiar-lhes responsabilidades é um bom remédio, como também todo acolhimento, atenção, apreciação. Sentem-se amadas pelos pequenos gestos de simpatia, gratidão, reconhecimento. Nada melhor para elas que amizade verdadeira. Eis a terapia: o amor constrói, cura, recria e tudo sofre, tudo crê, tudo espera.

Livro Tecendo o Fio de Ouro

De uma forma ou de outra, todos os santos falam da necessidade do autoconhecimento para chegar ao Deus verdadeiro, como também dos perigos que a falta de conhecimento de si representam para a vida espiritual, para a maturidade humana e capacidade de amar.

É este também o princípio do livro, que propõe um retiro para o autoconhecimento e a cura interior, tocando em questões cruciais como a identidade sexual e o discernimento da vocação pessoal (estado de vida) e, chegando à proposta do Projeto Pessoal de Vida, como via concreta para uma vida mais santa e madura, direciona para a caridade.

É indicado para todas as pessoas que desejam crescer no autoconhecimento, aprofundar-se na cura interior e reorientar todas as áreas do seu ser segundo o amor. É indicado, ainda, para cursos intensivos ou semanais visando o autoconhecimento, a cura interior e o projeto de vida, sempre com vistas ao amor. Logo após a introdução ao livro, fornecemos sugestões para a aplicação do presente livro individualmente ou em grupos.

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Dom Orlando Brandes

 


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