O verso do olhar ressuscitado
Não sou concreto. Reconheço.
Sou pedaços. Entendo.
Ele percebe e vem. Não diz nada.
Olha-me. Que olhar!
Logo me refaz, em três dias, segundos, ou sem se importar com o tempo.
O eu outrora construído é esmagado. Agora sou tal como trigo.
Ele não para. Insiste.
Cai a lágrima da alma pisada como uva.
E o verbo, silencioso, faz vinho novo.
Não era para ser assim.
Mas quis a poesia se fazer carne.
Se fez amizade. Abrigo.
Ah.. O verso daquele olhar!
Ainda não entendo. Reconheço.
Felipe Ramos
Comunidade Shalom