Segundo os santos do Carmelo, quando vamos orar precisamos ir para estar a sós quem quem sabemos que nos ama.
Orar implica: Que um se saiba querido, amado pelo Outro.Que um se debruce sobre os interesses do Outro.Que se fortaleça a amizade entre os dois em encontros repetidos, como sucede em toda a história de amizade.Que encontre o seu melhor ambiente num clima de silencio e deserto.
Deus procura-te, com o DESEJO ARDENTE de travar profunda amizade contigo: Abre o teu coração sem medo…! Se soubesses quanto AMOR ELE tem para te dar… Todo acolhimento requer um clima próprio: Procura o melhor tempo, lugar, ambiente de silencio e serenidade… pois ELE só trabalha bem num coração sossegado.
Orar é dialogar, é trocar afetos… Fora com os teus monólogos orantes intermináveis pois ELE gosta que LHE manifestes espontaneamente os anseios do teu coração. Orar é aprender a estar diante d’Ele, é saber escutá-LO, é manifestar-LHE a tua amizade, é dizer que O amas: Ele sente muita afeição por ti… procura estar diante d’ELE sentindo afeição por ELE. O Senhor gosta de ouvir os teus afectos profundos.
Todo o encontro pessoal leva à abertura, ao conhecimento mútuo, a necessitar-se e dar-se mutuamente.
ORAR é experimentar Deus dentro de uma relação amorosa. Stª Teresa de Jesus diz: «No meu parecer, orar não é outra coisa do que tratar de amizade, estando muitas vezes a sós com Quem sabemos nos ama!»
POR ISSO: Orar é coisa de dois: de Deus que sabemos que nos procura e do orante que se converte num «buscador» de Deus.
Na Oração, o importante já não será "o que faço, digo, etc." mas "com Quem estou" ou simplesmente "com Quem quero estar"…
A Oração já não consiste em pensar muito mas em amar muito!
E somente aquilo que leve a incrementar esse trato de amizade entre os dois, será válido à hora de orar….
Santa Teresa, testemunha Sobre vida que : "Não me deu Deus talento para discorrer com a inteligência. A meditação, para mim, era muito trabalhosa e penosa, Nunca soube o que era rezar com satisfação, até que o Senhor me ensinou este modo – de simples olhar. E sempre achei tanto proveito neste acostumar-me a recolher-me dentro de mim, que isso me fez caminhar muito!" V 4,8 e C.P. 29,7
A sua relação com Deus não é para ser necessariamente ao nível das idéias ou conceitos, ou do sentimento percebido, mas da afetividade profunda provocada por esse encontro.