Sangue, suor e lágrimas, três líquidos que escorreram do rosto de Jesus na Cruz. O sangue, por causa da coroa de espinhos, o suor, por causa do calor e as lágrimas, por causa da dor.
Os três líquidos, resultam de um único evento: a paixão. Neles, uma singularidade: o estado físico. Em todos um mesmo sabor: o salgado. Mas em cada um, uma particularidade. Quem chegou primeiro? Não sei, só sei que todos vem de um só homem, de um só corpo, de um só rosto.
Sangue, suor e lágrimas, todos são sinais de um corpo vivo. Só os vivos podem gerar esses líquidos em seus corpos. Mortos não sangram, não suam e nem choram, apenas morrem e apagam a possibilidade de sagrar, suar e chorar.
Esses líquidos também são resultados de experiências bem distintas da vida do homem. Podem vir por um momento muito intenso de dificuldade: o sangue por um acidente, o suor pelo cansaço físico, e o choro por uma perda. Mas podem vir também por um momento de satisfação: o sangue pelo parto de um filho, o suor pela vitória em uma partida de futebol, e o choro por ter alcançado uma meta desejada. Sangue, suor e lágrimas, líquidos que são frutos das diversas experiências da vida do homem.
Eles ainda possuem o mesmo sabor. São salgados. Lembram a eternidade, porque o sal faz tornar mais durável a carne que o toca. Dá ainda sabor aquilo que é insosso. Permite degustar melhor uma comida quando se tem um pouco dele.
Sangue, suor e lágrimas. O que teríamos mais para falar sobre eles? Que significado teriam em nossas vidas? Será que estariam por acaso no rosto de Jesus? Ou nós querem dizer algo em particular?
Bendita seja Verônica, que enxugou com o seu véu o rosto do Amado. Permitiu misturar os três líquidos, fazendo um só naquele tecido que tocou a Sagrada Face.
Meu Deus, permita-nos tocar o Teu rosto, no rosto daqueles que sagram, suam e choram neste tempo. Permita-nos sangrar, suar e chorar por amor a Ti, para que consolados pelo Espírito, sejamos parecidos contigo, e experimentemos aquilo que passaste por nós na Cruz.
Obrigado meu Deus, porque o teu amor me alcançou!
Segue abaixo o vídeo com a interpretação do texto:
Por Pe. Marcos da Cruz
Missionário da Comunidade de Aliança