O Papa Francisco celebrou o cessar-fogo na Faixa de Gaza no final da oração do Ângelus no último domingo, 19 de janeiro. O acordo para o fim do conflito entrou em vigor no mesmo dia às 11h15 (horário local) quando foram libertadas três reféns: Romi Gonen, de 23 anos; Emily Damari, 27 anos; e Doron Steinbrecher, de 31 anos.
>> Clique aqui para seguir o canal da “Comunidade Católica Shalom” no Whatsapp
“Expresso minha gratidão a todos os mediadores. É um bonito trabalho esse de mediar para que a paz seja alcançada. Obrigado aos mediadores. E também agradeço a todas as partes envolvidas por esse importante resultado. Espero que o que foi acordado seja imediatamente respeitado pelas partes e que todos os reféns possam finalmente voltar para casa e reencontrar seus entes queridos. Rezo muito por eles e por suas famílias”, disse.
O Pontífice foi um importante interlocutor para o estabelecimento da paz na região. Incansavelmente, desde o início do conflito, articulou encontros com líderes mundiais e representantes dos dois países a fim de promover o cessar-fogo e a libertação dos reféns.
O atual conflito em Gaza começou em 7 de outubro de 2023, quando combatentes do Hamas fizeram um ataque surpresa contra Israel. A resposta israelense foi imediata e violenta, com bombardeios aéreos e operações militares, o que intensificou o conflito. Rapidamente a situação se tornou uma crise humanitária com milhares de vítimas, especialmente civis, e refugiados.
Atuação do Papa Francisco
O Santo Padre se envolveu pessoalmente em favor do fim do conflito em Gaza. Seu enfoque não se limitou aos pedidos, mas também ao incentivo de práticas diplomáticas, humanitárias e espirituais para ajudar a transformar a situação.
“Estou profundamente preocupado com a dramática situação em Gaza e com a sua trágica escalada. Faço um apelo a todas as partes envolvidas para que se chegue urgentemente a um cessar-fogo humanitário, para garantir a ajuda necessária à população civil, e para que se reinicie um diálogo sincero e uma negociação política, a fim de alcançar uma paz justa e duradoura”, pediu ao final do Ângelus em 19 de outubro de 2023.
Diplomacia e Envolvimento Internacional
O Papa Francisco aproveitou diversos encontros com líderes mundiais para fazer apelos pessoais, solicitando que intervissem para alcançar uma solução pacífica. Ele sublinhou a importância de uma ação coordenada entre as potências mundiais, como o Conselho de Segurança da ONU, para pressionar por um cessar-fogo imediato e garantir a proteção dos civis.
Em várias ocasiões, o Pontífice pediu à comunidade internacional que trabalhasse unida para promover uma solução justa e duradoura, enfatizando que o conflito não deveria ser tratado como uma questão regional isolada, mas como uma crise global que exige uma resposta global.
Promoção do Diálogo e Reconciliação
Em diversos discursos, Francisco chamou a atenção para a necessidade de se abrir um espaço para o diálogo entre as partes envolvidas no conflito. O Papa também procurou envolver líderes religiosos, principalmente muçulmanos e judeus, para promover um ambiente de compreensão e reconciliação, algo que ele considera essencial para a construção da paz.
Apelo Humanitário
Além de seus apelos pela paz, o Papa Francisco incentivou ações concretas para aliviar a situação humanitária em Gaza. A Igreja Católica, por meio de suas organizações como a Caritas, intensificou esforços para enviar ajuda de emergência às vítimas do conflito. Francisco exortou as nações e organizações internacionais a colaborar para fornecer alimentos, medicamentos e abrigo aos refugiados e deslocados.
Apelo pelo Fim da Opressão e pela Justiça Social
Francisco não se limitou a pedir o cessar-fogo, mas também apontou as causas profundas do conflito, como a opressão e a marginalização de populações, o bloqueio e as condições de vida extremas, que contribuem para a violência contínua. Ele enfatizou que a paz verdadeira só seria alcançada quando houvesse justiça social, respeito pelos direitos humanos e pelo direito à autodeterminação dos povos.
Envolvimento Pessoal em Atos de Paz
O Papa Francisco organizou várias orações públicas e privadas, convocando fiéis de todo o mundo para rezarem pela paz. Ele também celebrou missas e ritos ecumênicos pelas vítimas e pelo fim da guerra. Em algumas ocasiões, representantes das comunidades de Gaza e da Palestina foram recebidos pelo Pontífice, em gestos de apoio e visibilidade internacional.