Dando continuidade a série de catequeses sobre a velhice, o Papa Francisco meditou nesta semana sobre o livro de Jó. Segundo o Pontífice, Jó soube reconhecer o mistério da ternura de Deus escondida por detrás do seu silêncio. Tomando por base no texto bíblico, Francisco refletiu sobre os momentos em que o sofrimento assola as pessoas. “Em certos momentos da história, estes acúmulos de fardos parecem que chegam todos juntos. Isto foi o que aconteceu nos últimos anos com a pandemia da Covid-19 e o que está a acontecer agora com a guerra na Ucrânia”.
De acordo com o Papa, Deus gosta de ver que seus filhos tem um relacionamento livre com Ele, mesmo que, por vezes diante do sofrimento, essa liberdade se traduza em protesto. “Sê livre, sê livre na tua prece, não aprisiones a tua oração nos esquemas preconcebidos! A Oração deve ser assim, espontânea, como aquela de um filho com o pai, que lhe diz tudo o que lhe vem à mente porque sabe que o pai o entende. O “silêncio” de Deus no primeiro momento do drama significa isto. Deus não se afasta do confronto, mas no início deixa a Jó o desabafo do seu protesto, e Deus escuta”, explicou.
E continuou, “quantas pessoas, quantos de nós depois de uma experiência um pouco negativa, um pouco obscura, dá o passo e conhece melhor Deus do que antes! E podemos dizer, como Jó: ‘Os meus ouvidos tinham ouvido falar de Ti, mas, agora, viram-Te os meus próprios olhos’. Este testemunho é particularmente credível se a velhice o assumir, na sua progressiva fragilidade e perda. Os idosos viram muitas coisas na vida!”
“Olhemos para os idosos, olhemos para as pessoas mais velhas, os idosos, as avozinhas; olhemos para eles com amor, olhemos para a sua experiência pessoal. Eles sofreram muito na vida, aprenderam tanto na vida, passaram por muitas coisas, mas no final alcançaram esta paz, uma paz – diria – quase mística, isto é, a paz do encontro com Deus, a ponto de poder dizer: ‘Os meus ouvidos tinham ouvido falar de Ti, mas, agora, viram-Te os meus próprios olhos’, finalizou.
Nomeação do Bispo Auxiliar de Porto Alegre e audiência com bispos brasileiros
Nesta semana, o Pontífice também nomeou o Mons. Bertilo João Morsch como novo bispo auxiliar da Arquidiocese Metropolitana de Porto Alegre. Outro compromisso do Papa Francisco foi a audiência com 20 bispos e um administrador diocesano do Regional Nordeste 2 da CNBB, que corresponde aos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Na audiência que durou cerca de duas horas, Francisco pediu que os bispos vivam como irmãos mais velhos que acompanham, que oram, que participam da vida do seu povo e com o povo de Deus.
Ver essa foto no Instagram
Lamento pela guerra
Em uma Mensagem ao Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Gregoriana, por ocasião dos 50 anos de sua fundação, Francisco analisou o que está ocorrendo na Ucrânia. “A imensa tragédia da guerra que está ocorrendo diante de nossos olhos, ‘a pior consequência da destrutividade humana, tanto individual quanto sistêmica, que não é levada a sério o suficiente e não é devidamente cuidada e erradicada pela raiz’”, definiu Francisco.
De acordo com o Papa, é preciso “aprender a dizer não ao mal” e “levantar os feridos ou ofendidos em sua dignidade”.
Enquanto no mundo aumentam as tensões e as guerras, que os novos Santos inspirem caminhos de diálogo, especialmente nos corações e mentes daqueles que desempenham cargos de grande responsabilidade e são chamados a serem protagonistas de #paz e não de guerra.
— Papa Francisco (@Pontifex_pt) May 15, 2022