[comshalom.org] – O mundo parouesses dias diante de dois grandes acontecimentos: primeiro, a incomumrenúncia de um Papa e, em seguida, a expectativa do brado "HabemusPapam".
Duas surpresas unidas por uma mesma virtude, amãe das virtudes, a humildade. Dois homens pobres, a ponto de umdeles reconhecer seus limites e, como ele mesmo disse, semo vigor necessário para esse tempo, se recolher em oração. O outro, na certezade que Deus não escolhe os melhores, os mais fortes, mas os pobres, os bemaventurados que herdarão o Reino dos Céus, se apresenta em oração, pede oraçãoa seu povo.
Nesta quarta feira, 13, o mundo ouviu o tão esperadoHabemus Papam e, atônito com a resposta de Deus, secalou diante de tamanha contradição. Muitos esperavam um revolucionário,um economista ou mesmo um jovem, talvez um João XXIV, Paulo VII ou aindaum João Paulo III. O que Deus, em sua sabedoria, nos deu? UmFrancisco.
Paradoxal?
Não, ou talvez!
Sabedoria de Deus, certamente!
Que Sabedoria! Que surpresa! Que coragem!
Seu nome: Francisco. Papa Francisco.
Deus escolheu Francisco, porque é disso que precisamos.
Sob a intercessão de seu co-fundador,Francisco Xavier [1],pobre, casto e muito obediente, como um bom jesuíta; incansável no anúncio doEvangelho até os confins do mundo sendo, depois de SãoPaulo, o maior evangelizador dos povos, padroeiro das missões. É dosconfins do mundo de hoje, que o Espírito que sopra onde quer[2], te traze te envia à humanidade.
Deus em seus desígnios nos deu um novoFrancisco. Uma resposta a esse tempo, não a resposta que o mundo especulou,mas como nos lembra São Paulo ao romanos, uma resposta ao mundo queespera, gemendo e chorando a manifestação dos filhos de Deus[3]. Ao mundo que espera e Aquele que nos pede paraesperar não nos decepciona[4].
Um homem como Francisco de Assis, grato, pobre e violento de coração.Capaz de surpreender a todos com seus primeiros gestos. A gratidão a Deus e aBento XVI. Gratidão, linguagemdas almas esposas. A pobreza ao assumir que só pela força do Alto poderáexercer tal missão e por isso, certamente, suplicou que todos rezassem por ele,antes mesmo de iniciar sua missão com a primeira benção papal. E a violência decoração que se fará necessária para levar ao mundo indiferente aCristo, a mensagem de que o amor precisa ser amado e só assim encontra-sea felicidade.
Dois Papas vivos para nos ensinar a complementaridade entre a primaziade Deus e o anúncio do Seu Evangelho.
Como o Papa Bento XVI e unidos a TeresaD’Avila, queremos renovar o nosso chamado a uma vida contemplativa, paradacom Deus aos moldes da Vocação Shalom. Na certeza de que: SÓ DEUS BASTA.Escolhendo sempre Deus, acima de suas obras.
Com o Papa Francisco e unidos a Francisco de Assis, queremos gritar aomundo, aos confins do mundo, onde o Senhor nos quiser enviar: O AMOR NÃO ÉAMADO. E responder ao apelo do Senhor: Francisco reconstrói a minhaIgreja.
Realmente, Sabedoria de Deus. Semdúvida, paradoxal. O que é loucura para os homens para nós cristãos ésabedoria de Deus[5].
*Esse grande santo missionário entrou no Céu comquarenta e seis anos, e percorreu grandes distâncias para anunciar o Evangelho,tanto assim que se colocássemos em uma linha suas viagens, daríamos três vezes àvolta na Terra. São Francisco Xavier, com dez anos de apostolado, tornou-semerecidamente o Patrono Universal das Missões ao lado de Santa Teresinha doMenino Jesus.
[2] Cf. Jo 3,8
[4] Cf. Rm 5,5
[5] Cf. I Cor 1,18