Uma pesquisa sobre a prática religiosa em meio a pandemia mostra que a Igreja soube usar as ferramentas digitais para manter a evangelização. “A pandemia declarada em março de 2020 não apanhou a Igreja católica desprevenida no que diz respeito à disponibilização de ferramentas digitais, de diversos apps, para apoiar e complementar a experiência religiosa e espiritual”, indica o estudo intitulado “Prática religiosa e experiência digital durante a pandemia”.
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Divulgada na última segunda-feira, 20 de dezembro, a pesquisa foi realizada em Portugal. De acordo com o documento, 70% dos entrevistados revelaram assistir pela internet à celebração da missa uma ou mais vezes por semana, sendo o YouTube a plataforma mais utilizada.
Entre os recursos mais procurados na internet estão as páginas das paróquias ou comunidades de origem dos participantes. “Verifica-se uma variedade significativa de recursos digitais acessados, em especial os vídeos, podcasts e oração. Pode-se falar de uma multimedialidade espiritual”, sublinham as autoras do estudo, Clara Almeida Santos (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) e Margarida Franca (Centro de Investigação em Teologia e Estudos de Religião da Universidade Católica Portuguesa).
Cansaço pandêmico
Segundo a pesquisa, a extensão da pandemia gerou um cansaço pandêmico entre os participantes. Isso pode ser verificado pela diminuição da participação das Missas on-line e a menor procura por conteúdos religiosos. “A pandemia levou a que pessoas que não utilizam recursos digitais passassem a contar utilizá-los no futuro e, por outro lado, levou a que pessoas que se serviam dessas ferramentas considerem descontinuar essa utilização”, apontam as autoras.