“Gianna, era uma mulher esplêndida, mas absolutamente normal. Era bonita. Inteligente. Generosa. Gostava muito de sorrir. Era também uma mulher moderna e elegante. Dirigia, amava a montanha e esquiava muito bem. Gostava muito de flores e música.
Por alguns anos ganhamos bilhetes para ir aos concertos do conservatório de Milão. Para não perdê-los, visto que precisávamos nos deslocar de Ponte Nuovo, frequentemente saltávamos o jantar, o que acontecia também quando íamos ao teatro. Ela amava viajar. Como eu viajava frequentemente para o exterior a trabalho, sempre que possível a levava comigo. Estivemos na Holanda, Alemanha, Suíça.
Com incomparável força de vontade e com imutável empenho, continuava a sua missão de mãe até os últimos dias de sua gestação. Rezava ou meditava. O sorriso e a serenidade que infundiam a beleza a vivacidade e a saúde dos seus três tesouros eram quase sempre velados com uma interior inquietude. Temia que a sua criança nascesse com sofrimentos. Rezava para que assim não fosse. Muitas e muitas vezes me pediu desculpas se me causava preocupação. Disse-me que nunca havia tido necessidade de tanta amabilidade e compreensão como naquele momento. Aproximando-se o período do parto, disse-me explicitamente com tom firme e ao mesmo tempo sereno, com um olhar profundo que não esquecerei jamais: se vocês devem decidir entre mim e a criança, não hesitem, escolham – eu exijo – a criança . Salve-na.
E verdadeiramente sabia gozar tão alegremente e retamente o encanto dos montes e da neve, as viagens, os concertos, o teatro e as festas. Tu me demonstraste que se pode cumprir plenamente a Vontade do Senhor e ser Santos sem renunciar à plenitude das puras e melhores alegrias que a vida e a criação nos oferecem… Deste-me o exemplo de como se pode gozar a vida, a natureza, a música, e o teatro, os montes e as viagens, o amor e a família, com temperança e, para ti, os limites da temperança eram claros: aqueles da lei da Graça de Deus. Sabias ser sóbria.”