Em um lugarejo chamado Greccio, em 1223, na Itália, São Francisco fez um pedido ao amigo João, dono de muitas posses, quinze dias antes do Natal do Senhor. “Quero representar o Menino nascido em Belém, para de algum modo ver com os olhos do corpo os incômodos que Ele padeceu pela falta das coisas necessárias a um recém-nascido, tendo sido deitado na palha de uma manjedoura, entre o boi e o burro”, lê-se em Tomás de Celano.
Na pequena Greccio, seus moradores, junto a Francisco e tantos frades puderam reviver o mistério da noite venturosa de Natal. Naquele 25 de dezembro foi feito o primeiro presépio vivo, uma representação que passou a ser repetida todos os anos e se mantém viva oito séculos depois. O desejo de Francisco se concretizou. Contudo, algo mais importante que a dramatização do presépio vivo aconteceu naquela noite, uma Missa foi celebrada na noite fria e a Eucaristia deposta por alguns momentos da Manjedoura.
Admirável Sinal
O presépio se tornou uma experiência rica de significados. De tão importante ganhou do Papa Francisco, em 2019, uma carta chamada de “admirável sinal”, justificando a importância e riqueza que é montar e meditar com a representação do Nascimento do Senhor.
Na carta, o Santo Padre escreve que o presépio nos comove tanto, entre outras coisas, por manifestar a ternura de Deus. “Ele, o Criador do universo, abaixa-Se até à nossa pequenez. Em Jesus, o Pai deu-nos um irmão, que vem procurar-nos quando estamos desorientados e perdemos o rumo, e um amigo fiel, que está sempre ao nosso lado; deu-nos o seu Filho, que nos perdoa e levanta do pecado”.
O Papa diz ainda que o primeiro significado do presépio é a representação do céu estrelado na escuridão e no silêncio. “Pensemos nas vezes sem conta que a noite envolve a nossa vida. Pois bem, mesmo em tais momentos, Deus não nos deixa sozinhos, mas faz-Se […] A sua proximidade traz luz onde há escuridão”, relembra Francisco.
O nascimento do Menino Deus é o centro do presépio. “O coração do Presépio começa a palpitar, quando colocamos lá, no Natal, a figura do Menino Jesus. Naquela fraqueza e fragilidade, esconde o seu poder que tudo cria e transforma. Parece impossível, mas é assim: em Jesus, Deus foi criança e, nesta condição, quis revelar a grandeza do seu amor, que se manifesta num sorriso e nas suas mãos estendidas para quem quer que seja”, nos recordou o Papa.
Onde está o Rei? Viemos adorá-lo
E visando essa grande oportunidade que o Senhor nos concede, a Comunidade Shalom preparou um grande retiro de aprofundamento e oração para o tempo do Advento, chamado “Onde está o Rei? Viemos adorá-lo”. Com esse itinerário, poderemos mergulhar mais profundamente nos mistérios da vida de Jesus e em Seu Evangelho, a fim de descobrir uma nova via de conversão e mudança de vida para cada um de nós.
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