Dom Walmor Oliveira de Azevedo
A pessoa é o tesouro maior de toda instituição na execução de suamissão e como possibilidade para que suas metas sejam alcançadas.Contam, sim, os equipamentos disponibilizados para agilidade e eficáciados processos. Porém, nada se compara à importância de cada pessoa –que é a riqueza maior de cada instituição, com sua presença,inteligência, singularidade e competência. Os processos modernos embusca de metodologias gerenciais corporativas dependem das pessoas.
Sua importância e singularidades são tão determinantes que pessoa epessoas podem fomentar a cristalização dos processos, criando emantendo dinâmicas e funcionamentos obsoletos, ou podem inaugurar aabertura de novas perspectivas e mantê-las com respostas pertinentes.Essa é uma abordagem de grande importância para a sobrevivênciainstitucional e a garantia de sua contemporaneidade e fidelidade à suaidentidade e missão. Não se pode descuidar da qualidade, sob pena defracassos e de prejuízos grandes para a configuração institucional e,sobretudo, o que é lamentável, para os destinatários dos serviçosprestados.
Os quadros formados por pessoas são determinantes para que umainstituição realize suas propostas e cumpra a sua missão. A escassez edesqualificação do pessoal, nos quadros de uma instituição, sãocomprometimentos certos. A qualificação, pois, dos quadrosinstitucionais é uma prioridade irrenunciável para se enfrentar nummundo contemporâneo de mudanças tão rápidas e múltiplas com galhardiaas transformações – sem perder o fio da meada e o foco, e ter condiçõespara que o serviço a ser oferecido seja à altura da qualidade da missãoda instituição e que define a sua identidade.
Examinar os quadros e qualificá-los é tarefa permanente e sempreurgente para que a instituição avance na consecução de sua missão eviva a fidelidade à sua identidade própria. É fantástico o exemplo quese encontra na maestria de Jesus formando os seus discípulos. Os quatroevangelhos, Marcos, Mateus, Lucas e João têm exemplos admiráveisfocalizando esse processo de formação dos discípulos tendo comoambiente vital a vida da comunidade. Vale a pena deter-se em conjuntosde passagens como aquela do Sermão da Montanha, narrado peloevangelista Mateus, nos capítulos cinco a sete. Outro exemplo rico é oconjunto da narração que o evangelista João faz nos capítulos treze adezessete do seu Evangelho. O ambiente vital da vida da comunidade,portanto a consideração central do outro, dos outros, tem a pessoa dodiscípulo como foco central.
Sua qualificação pela conquista de estatura interior e compreensãoadequada são garantias de fecundidade na missão que o Senhor Jesus lhesdá. As dimensões dessa missão ultrapassam os cálculos meramente humanosquando, por exemplo, narra o evangelista João, Jesus diz aos discípulosque assim como o pai me enviou, eu também vos envio, quebrando abarreira do medo e indicando um longo caminho pelo mundo. O mesmodesafio missionário é dado quando Jesus também, narra Mateus, lhesenvia dizendo: Ide e fazei discípulos meus todos os povos. A Igreja nocolégio dos apóstolos recebe esta grande missão que só é exeqüível pelaqualificação permanente dos seus discípulos, formando os seus quadrosde servidores nos mais diversificados serviços e ministérios.
A Igreja, também, uma instituição querida por seu fundador e Senhor,para execução da missão que recebeu do seu Mestre tem a insubstituíveltarefa de escolher e cuidar adequadamente da formação e provisão dosseus quadros nas diferentes instâncias na sua condição de anunciadora eservidora do Evangelho da vida. Convocado pelo Papa Bento XVI, a Igrejano mundo inteiro faz a abertura solene, 2009 – 19 de junho – 2010, deum Ano Sacerdotal, celebrando o 150º. ano da morte do Cura d’Ars, SãoJoão Maria Vianey, um sacerdote que marcou época na França, por suasimplicidade, proximidade do povo e serviço abnegado, fecundados porsua santidade de vida, cultivada pela oração sem cessar.
Todos os católicos são convidados a voltar, de modo especial, seuinteresse para um conhecimento mais profundo do dom do sacerdócio navida da Igreja, a importância do serviço sacerdotal, com orações, e umcomprometimento mais efetivo com sua promoção e vivência. De modoparticular, cada padre é chamado a revisitar o sentido do mistério desua consagração, como ungido pelo Espírito Santo e unido a Cristo, sumosacerdote, renovando seu amor e qualificando sua tarefa pastoral,cotidianamente realizada em comunhão afetiva e efetiva com o seu bispoe com os demais padres da diocese em favor do povo de Deus. O serviçodo padre é essencial na vida de uma Igreja toda ministerial. Suaalavanca é a santidade de vida – o amor preferencial pelos pobres e aosoutros. Seu compromisso: ser servidor contemporâneo. Seu desafio:delicadeza e acolhida, suas marcas essenciais.