Todas as maiores religiões do mundo conhecem o efeito purificante do jejum e da penitencia. Desde os tempos antigos o homem tem entendido sua necessidade desta purificação.
Não é fácil seguir Jesus. A vereda que Ele caminha é muito estreita e nós preferimos andar num carro confortável, em uma larga rodovia. Não temos vontade de ir ao Céu à pé, seguindo um homem descalço. Com essa analogia podemos compreender, portanto, que precisamos do sacrifício para treinar os nossos músculos espirituais e não desistir do caminho de seguimento ao Cristo.
A penitência é um ato de amor
Quando pensamos que Jesus, o Mestre, não tinha aonde reclinar a cabeça, será que devemos recuar diante daquelas dores que fazem parte das nossas vidas, das mortificações que temos que fazer na família, no trabalho ou na comunidade?
Tomemos como exemplo a irritação. Todos nós irritamos uns aos outros na vivência comunitária. Podemos reagir com raiva ao que nos irrita, ou podemos fazer memória de alguém que, naquele mesmo momento, está dando a luz a um filho na sujeira de uma favela. Se silenciarmos, oferecendo aquele ato em vista do bem da outra pessoa, a penitência certamente terá sentido, porque é feita em vista de alguém, por amor e com amor.
E assim, dia após dia, nos sacrifícios cotidianos que às vezes ninguém vê, vamos crescendo e nos tornando cristãos mais fortes, mais decididos, mais capazes de amar.
Há algo de misterioso neste mundo que não podemos sondar. Mas quando amamos o suficiente para oferecer os nossos corpos pelos outros, com sacrifícios tais quais dormir no chão, comer menos por um tempo, ou aceitar com paciência os dessabores do dia-a-dia, certamente encontraremos sentido nos mistérios da vida, que por vezes, aos olhos humanos, parecem contraditórios.
Dentre as mais misteriosas palavras que o Senhor deixou para nós cristãos, estão estas: “Maiores milagres que Eu realizei, vocês vão realizar”.
Como os faremos?
Somente o Amor o sabe.
Os pequenos gestos de amor, portanto, são como pequenas moedas que depositamos em vista do resgate futuro de um tesouro maior. Nenhum gesto de caridade é insignificante.
Um cristão penitente aprendeu o verdadeiro sentido da palavra que diz: “Carregai os fardos uns dos outros”. Deus é misericordioso. Ele acolhe os nossos sacrifícios, porque sabe o valor que eles têm para nós.
Peçamos a graça de sermos dóceis vítimas de expiação pelos pecados do mundo inteiro.
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