Formação

Quando a vida começa?

A ginecologista e obstetra Melissa Rosado explica o que a Igreja ensina a respeito do valor da vida desde a fecundação

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(Imagem/ Foto de Tima Miroshnichenko)

A embriologia é a área da biologia que estuda o desenvolvimento de um organismo, que se inicia com a fecundação do óvulo pelo espermatozoide, sendo considerado um ser vivo desde a formação dessa primeira célula. Nós, seres humanos, quando fomos gerados através da união dos gametas dos nossos pais, carregamos um DNA único no mundo todo (isto é, não existe ninguém igual a você em nenhum lugar do planeta) com a dignidade de um ser que foi criado à imagem e semelhança de Deus. Mas a fé nos mostra além, porque, como está escrito em Jeremias 1,5, antes mesmo que o profeta fosse formado no ventre materno, Ele já havia o escolhido e designado sua missão no mundo.

Assim Deus faz com todos os seus filhos, por isso, nenhum ser vem ao mundo que não seja vontade do Pai.

A instrução Dignitas Personae, aprovada pelo Papa Bento XVI, diz que “o ser humano deve ser respeitado e tratado como pessoa desde a sua concepção e, por isso, desde esse mesmo momento devem ser-lhe reconhecidos os direitos da pessoa, entre os quais e antes de tudo, o direito inviolável de cada ser humano inocente à vida.”

O que a Igreja ensina sobre a vida? 

A Igreja é mãe sábia, iluminada pelo Espírito Santo, que nos acolhe e nos fornece o mais belo e sadio caminho a ser seguido para encontrar a santidade, mas também para respeitar o nosso corpo que é dom de Deus. Ela condena o aborto em todas as suas fases, desde a primeira célula, e tudo que teria capacidade de provocá-lo. Protegendo assim, não apenas o feto, mas também a mãe, pois as consequências de um aborto provocado para mulher são cruéis e inimagináveis!

Mesmo nos procedimentos realizados intra – hospitalares, por uma equipe médica formada, há um risco de perfuração uterina, sinéquias (cicatrização interna que torna o útero infértil), hemorragia, infecção uterina ou abdominal e morte; uma maior chance de aborto espontâneo no futuro e também de uma gravidez ectópica (fora do útero), assim como de nunca mais conseguir engravidar; 140% maior a possibilidade dessa mulher desenvolver câncer de mama no futuro, o que aumenta progressivamente se abortar mais vezes.

As consequências psicológicas são ainda piores, pois a maioria das mulheres não se perdoa nunca. Por mais que confessem, acabam se achando indignas de gerar novamente e muitas vezes adquirem pânico da convivência com crianças ou bebês. Desenvolvem depressão em até 40% das vezes, em algum grau e muitas tentam suicídio. Mesmo entre as mulheres violentadas que engravidam, as que provocam o aborto têm um índice de suicídio muito maior que as que levaram a gestação até o fim. Por isso, essas mulheres apresentam uma tendência muito maior ao abuso de drogas e álcool.

Defesa da vida

A cultura da morte, tão difundida na atualidade, tenta esconder as consequências de um aborto provocado, evidenciando apenas que deveria ser direito da mulher fazer com o seu corpo o que definir, mas não protege a gestante de si mesma e negligencia o ser humano que está no útero, que também tem um corpo e direito à vida.

Qual o nosso dever de cristãos em meio a toda essa polêmica? Defender a vida, claro! Mas uma coisa é ainda mais fundamental: Amar! Amar sempre! Amar nossos filhos e educá-los para o céu, para crescerem na fé e nas virtudes sem ceder ao mundo moderno. Amar a mulher que gerou até o final e entregou seu filho ao lar adotivo (ela foi corajosa e vitoriosa). E finalmente, amar profunda e verdadeiramente, com a caridade que Jesus nos ensinou, acolhendo e evangelizando a mulher que sucumbiu a essa sociedade secular e que provocou o aborto… afinal, quem somos nós para jogar a primeira pedra?

Melissa C. Abelha Rosado
Comunidade Aliança Shalom de Brasília

Ginecologista e Obstetra em defesa da vida

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