Institucional

“Deus nos dá uma chama que arde em nosso peito, capaz de realizar tudo por Ele”

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Partilho de uma memória que tive no Congresso de Jovens Shalom (CJS 2014), quando a Emmir dizia que quando Deus nos tocava, dava de si a nós, Ele nos dava uma Chama Viva de Amor, e recordei de uma experiência que tive quando estava conhecendo pouco a pouco a Deus.

Ao longo da minha vida nunca tinha compreendido o que eram as atitudes que os mártires, os santos, profetas, consagrados, religiosos e outros, fui buscando explicar a mim mesmo com meu raciocínio humano como e qual o motivo que as pessoas conseguiam cultivar uma amizade com Deus ao ponto de serem íntimas d’Ele, ofertarem suas vidas por Ele, capazes de deixarem tudo e até desapegarem das suas próprias vidas e morrerem pela fé.

Lembro que desde a minha infância os meus pais sempre me ensinaram o catecismo, os 10 mandamentos, os sacramentos e vários ensinamentos sobre a Santa Mãe Igreja, e assim cresci com uma base “sólida” no conhecimento da nossa doutrina. Fui um jovem de notas boas na escola, era um bom filho, gostava de estudar, praticar esportes, e por fim ia a missa todo domingo e confessava na Quaresma, pronto, era um bom filho! Apesar de tudo isso, não me bastava, sentia como se Deus quisesse estar na minha vida e não apenas como um compromisso de fim de semana.

Durante a minha adolescência, entrei naquela fase que todo jovem entra, a suposta descoberta, e fui me conhecendo, conhecendo meus gostos e desgostos, vendo quem eu era a cada dia, descobri que sempre fui muito pensativo e desejava saber a razão das coisas não pela lei mas para formar a minha mentalidade, e como Deus sempre é providente e aproveita de qualquer brecha, Ele se utilizou de algo que eu nem imaginaria algum dia. Estava em uma aula de pré-vestibular e o professor perguntava a alguns alunos qual era o curso que pretendiam fazer e cada um respondia: “medicina, direito, administração, engenharia, matemática…”, e o professor disse que de nada adiantaria cursarmos se não fossemos revolucionários naquilo que era de nossas escolhas, e como eu era um cara pensativo (e sou até hoje), fui para casa com aquele pensamento que ficou ecoando na minha cabeça, e dentre esse pensamento, me veio a memória uma das poucas confissões que tive onde um padre me disse que São Francisco era um revolucionário porque tinha escolhido o Amor, e eu queria saber de onde vinha esse amor, porque ele tinha isso, e me veio ao pensamento: “Acho que era porque ele deixava Deus ser tudo e não só um compromisso de fim de semana”, e continuei a me questionar de onde viria essa alegria de Francisco, de ser casto, pobre e obediente, de ofertar a sua vida por completo sem restrições, era muita radicalidade !

Dias depois, não sei o que houve, mas após a aula senti um grande desejo de ir a capela de uma paróquia perto do curso, e perguntar pra Deus com uma certeza de que Ele me daria a resposta, e ao chegar, fiquei no silêncio da minha voz, mas o questionamento no coração, então, senti como se algo me respondesse assim: “Pedro, todos aqueles, a quem você se questiona, foram tocados por mim e ao meu toque receberam uma chama que arde dentro deles. Essa chama não se apaga, mas arde do interior e expressão no exterior de suas vidas, mas aviso que não é algo que depende de mais de Mim, pois como os dei, são eles quem administram através da relação de intimidade Comigo.” Confesso que não foram essas palavras, mas tentei deixar claro o entendimento que fui tendo naquele instante.

Digo que tempo depois também tive essa experiência de receber o “toque de Deus”, aquela experiência única que nunca esquecemos e nos faz ter uma virada de 180 graus em nossa vida. Reconheci que essa chama que recebemos habita em nós e só pode ser abastecida na oração, nessa vida de intimidade com Deus, na vivência dos sacramentos.

Agora, gostaria de questionar a você, que está lendo, como tem recordado com gratidão a experiência com o toque de Deus? E como tem administrado essa chama que está inserida em você? Seria um incêndio ou uma brasa?

Bom, quero te dar a certeza que Teresa de Jesus, Francisco de Assis, João Paulo II, Ronaldo Pereira e outros foram alcançados por esse “toque” e bem administraram essa chama que recebera. Digo que é algo que nos prende a Deus mesmo que O escolhamos ou não.

Para poder terminar, faço um pedido de oração, que rezemos por todos os homens para que uma vez tocados por Deus sejam inflamados para o Amor e por Amor se doem inteiramente a Deus.

Deus abençoe, Shalom !

Pedro Rufino


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