Outro dia lendo o jornal, chamou-me atenção as inúmeras propagandas de concursos públicos e de vestibulares de diversas faculdades. Depois no mesmo jornal, um espaço para notícias esportivas, quem ficou em primeiro lugar, segundo, terceiro, etc… etc…
Notícias como essas nos fazem pensar em como é insistente a bendita cultura do mais forte, do primeiro lugar, da medalha de ouro e assim por diante. Essas observações confirmam para nós como são proféticas as palavras e mais que as palavras a vida de São Francisco “o pobre e pequeno de Assis”. “Sou o mais fraco, o mais pequeno, o vaso de argila”.
Francisco encarna o Evangelho de tal maneira que quando começam os preparativos para a aprovação pontifícia dos seus frades, os líderes religiosos lhe perguntam: Onde estão os estatutos e as regras de sua ordem religiosa? Francisco fica confuso e questiona: como assim, estatutos e regras?
Para o pobre Assis, não havia outra regra senão o próprio, santo e bendito Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, não havia regra mais bela e perfeita do que aquilo que foi ensinado e pregado pelo Senhor Jesus.
Para o pobre de Assis, a alma do Santo Evangelho consiste num esvaziamento total de si, dando assim total espaço para Deus. Quem pensa muito em si mesmo, nos próprios interesses, dificilmente conhecerá a alma do Evangelho. Hoje não raramente encontramos pessoas tensas e ansiosas pelo constante perigo de sempre aparecer alguém mais capacitado para ocupar sua vaga no trabalho, parece que o que julgo possuir está sempre sob constante ameaça.
É possível que inúmeras doenças com origens ansiosas fossem extintas do nosso meio se mergulhássemos um pouco no espirito dessa doutrina do pobre e pequeno frade de Assis.
Farei o melhor de mim, no trabalho, família, etc… etc… Como se dependesse de mim, mas sabendo que na verdade tudo depende de Deus. A mim, cabe apenas abandonar-me em suas mãos benditas. Que Deus nos faça discípulos fiéis do pequenino de Assis e assim partilhar de sua alegria e santidade.