Tem-sefalado muito sobre a polêmica teoria da evolução das espécies, notranscurso do bicentenário de Charles Darwin. O tema ao qual, desde asua publicação, dedicaram-se cientistas, filósofos e teólogos comprofunda análise, hoje, mais ainda do que em meados do século 19 –quando veio a lume -, é um desafio para que a verdade da Criação Divinanão ceda lugar às suposições de um processo em que, se cientificamenteadmite-se uma correlação entre o homo erectus até o homo sapiens, à luzdas Escrituras – salva a sua reta compreensão e interpretação –torna-se repugnante, por contrariar a obra maravilhosa de Deus.
Essaimpressão o Santo Padre Bento XVI já nos traçou há pouco, quando num deseus recentes discursos admitiu a relação entre a criação e a evolução.O Sumo Pontífice atenta do ordenamento existente no cosmos, o que supõeindiscutivelmente a existência de um ser criador, que é Deus. Indoalém, o Papa afirma que Ele não apenas cria, mas “ampara-oscontinuamente”.
Infelizmente,neste momento, muitos se levantam com questionamentos acerca do belorelato do Gênesis sobre a criação. Lamento a maneira como o fazem,porque não estão abertos à compreensão, ao ensinamento que a Igreja nosapresenta com muito fundamento, inclusive científico. Lamento porquepreferem a frieza de um processo supostamente natural, um evolucionismobarato, uma transmutação física apenas, sem levar-se em conta odesenvolvimento intelectivo, a capacidade de raciocínio que seaprimora. O homem seria, enfim, conseqüência do nada, destinando-se aonada. Seríamos, então, animais racionais sem destino, sem nenhum fim.
Ora,a interpretação literal do Livro do Gênesis delineia-nos a natureza dohomem e ao que se destina. Em todo o contexto daqueles primeiroscapítulos o escritor sagrado nos apresenta o ordenamento do Criador.Basta-nos, entretanto, com uma apurada capacidade de discernimento,buscar compreender naquelas letras o processo de criação, sem seprender a números e detalhes que possam ser mais ilustrativos. Da mesmaforma, os asseclas de Darwin devem buscar, na leitura de suas teorias,descobrir a porta que se abre ao transcendente, onde então encontrarãoa Deus.
Deve-seatentar, sem nenhum receio de heresia, que na obra da criação Deusconcedeu-lhe as potencialidades para se desenvolver e diversificar,tanto que alguns animais pré-históricos se desapareceram e é notória aevolução da inteligência do homem. Contudo, não se pode contestarplenamente os dogmas da Religião para impor as teorias científicas, umavez a doutrina ser bem fundamentada e as teorias são teses sujeitas acontradições e às incertezas que a inteligência humana ainda estásujeita. Buscam negar uma verdade bíblica com hipótesesinsuficientemente provadas, unicamente para rechaçar a VerdadeRevelada, que Deus criou o Homem à sua imagem e semelhança.
Tenhamos,pois, convicção de nossa fé. Estejamos atentos à Doutrina Cristã e aoque nos ensina o Magistério da Igreja. Busquemos o esclarecimento denossas dúvidas na Igreja, cuja fé protestamos e devemos desejar nelamorrer, destemidos, certos na confiança no Deus que nos criou e que,por amor, nos salvou. Não permitamos nos iludir com as seduções dodemônio e suas simulações. Na Igreja em que estamos haveremos de nossalvar, pela promessa do Divino Redentor, pois “as portas do infernonão prevalecerão contra ela”.