O dia de hoje, feriado de 7 de setembro aqui no Brasil, nos remete às margens do riacho do Ipiranga, quando o então príncipe da Coroa Portuguesa, Dom Pedro, em viagem de Santos para São Paulo, decidiu levantar a espada do alto de seu cavalo e gritar “Independência ou morte”.
Os fatos históricos nos contam que, na época, era intenção de Portugal recolonizar o Brasil, porém, Dom Pedro, não concordando com tais ideais, em 7 de setembro de 1822, proclamou a Independência do país, onde a partir dali, nenhuma lei de Portugal seria colocada em vigor sem a sua autorização, marcando assim, o fim do domínio português e a suposta conquista da autonomia política.
É interessante lembrar que o o conceito político de independência – qualquer Estado que não dependa nem seja subordinado a outro – surgiu na Declaração da Independência dos Estados Unidos em 1776, que desencadeou, na sequência, em outros países, a disposição de se tornarem independentes e livres para aplicar as suas próprias leis.
Independência e liberdade
Conquistar a independência é também um processo natural do ser humano, quando, aos poucos, à medida que vamos crescendo, novas sensações vão sendo descobertas, desde o comer sozinho na primeira fase da vida à autonomia nas próprias escolhas, já na idade adulta.
Assim como vários Estados, antes de alcançar a independência, precisavam travar guerras ou revoluções, da mesma forma nós fazemos em nossos conflitos pessoais e interiores. No entanto, temos uma forte tendência de confundir a tal independência com a liberdade. Achamos que ser independente é ser livre, mas não necessariamente.
Como vários países, o Brasil se tornou, de fato e de direito, independente da Coroa Portuguesa, mas, o processo de libertação foi um processo que durou muito tempo. No âmbito pessoal, a independência das nossas vidas passa pela total liberdade interior, que também leva tempo para ser concretizada.
A independência e a liberdade na vida dos santos
Lembro aqui, dentre tantos outros santos, de Teresinha de Lisieux. Com 15 anos de idade, ao se tornar freira carmelita descalça e deixar a casa dos seus pais, livremente viveu no claustro de um pequeno convento na França. A sua vida, aos poucos, se tornou exclusiva de Deus, que nos menores atos, sabiamente, deixava sua alma independente, livre para conhecer o verdadeiro Amor e assim transbordar a todos, do assassino por quem ela intercedeu aos membros das missões que jamais visitaria pessoalmente.
Como ela, vários outros santos compreenderam e experimentaram o verdadeiro sentido de uma alma livre, porque souberam, sim, ser independentes para serem dependentes de Deus. A verdadeira liberdade se conquista assim!
Que neste dia, nossas orações possam apresentar a Deus o nosso Brasil, e que Ele nos ajude a ser um país não só independente, mas livre, formado por homens e mulheres verdadeiramente livres para amar.