Igreja

Reflexão para o “Dia de Anchieta”

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Tivemos em abril a canonização de um grande missionário que se tornou o apóstolo do Brasil, José de Anchieta.

Já jovenzinho, como noviço em Coimbra, Anchieta se deixava tocar pelas leituras das cartas do grande missionário da Companhia de Jesus, Francisco Xavier. Ele se enamorou pela vida de dedicação e entrega do grande jesuíta. Por outro lado, a mente e o coração de José de Anchieta não foram indiferentes aos apelos do Rei Eterno e Universal, escutados durante os Exercícios Espirituais de 30 dias. Anchieta, como Xavier, não via a hora de dar o sim e embarcar para converter o mundo a Jesus Cristo, o grande capitão.

Feita a opção, chegou o momento da entrega, da partida. Anchieta não titubeou e se colocou a postos para embarcar para o Brasil, o local destinado por Deus para ser seu lugar de missão.

Ao chegar, ou melhor, já durante a viagem nosso jovem não perdia tempo e buscava onde servir, e servir do melhor modo. Quando da etapa – Salvador/São Vicente, ele aproveitou a tempestade com suas adversidades e batizou uma indiazinha, vendo nessa intempérie a ação providente de Deus que possibilitava a salvação daquela criatura e a evangelização dos circunstantes.

Finalmente em Piratininga pôde não apenas se entregar com amor à missão recebida de seu superior, mas realizá-la com ousadia, como hoje nos tem pedido a todos o Papa Francisco.

Sua ousadia ia desde colocar no papel a fonética dos indígenas e escrever a gramática da língua mais falada na costa de nossa pátria, até concordar com a idéia de ter tradutor na confissão indígena, quando o sacerdote não sabia a língua tupi, passando pela forma lúdica de catequizar através de peças teatrais.

Mas existia um terceiro ponto nessa atividade missionária de nosso apóstolo, o compromisso. Já bem antes da opção preferencial pelos pobres feita pela Conferência de Medellín, assumida pela Igreja Latino-Americana como implementação do Concílio Vaticano II, Anchieta já havia feito a sua e a anunciava quando repreendia algum colonizador escravagista e o ameaçava de não mais confessá-lo se antes esse não anunciasse publicamente seu arrependimento e seu compromisso de não mais ter essa atividade.

Quando já idoso e desejoso de se aposentar, nosso Apóstolo escolhe Reritiba, hoje Anchieta, para o local de seu descanso. Todavia, a Companhia precisou dele para ser reitor do Colégio de São Tiago, em Vitória. Anchieta abandona a idéia de se retirar e assume a direção do colégio.

Do mesmo modo, não lhe faltam ousadia, entrega e compromisso quando o bispo de Tucumã, no Peru, lhe pede para criar uma comunidade no Paraguai. Anchieta não reclama do excesso de obras, da limitação de recursos humanos, mas deixa-se levar pela ação do Espírito, que vê na ação de Deus algo mais potente que o juízo humano. Essa obediência missionária vai nos proporcionar no futuro as famosas Reduções do Paraguai. Sua administração deixava espaço para a ação do Espírito, como também nos tem insistentemente pedido o Papa Francisco.

Aprendamos com nosso Santo a sermos missionários ousados e comprometidos!

 

Fonte: Rádio Vaticano

anchietaEm 1858, um escritor francês Charles Sainte-Foy, se pôs a estudar os inícios da evangelização no Brasil. Impressionado pela personalidade extraordinária do Padre José de Anchieta, resolveu escrever sua biografia. Pesquisou minuciosamente nas melhores fontes disponíveis, e acabou produzindo uma obra encantadora, que prende a atenção do leitor desde as primeiras páginas e o transporta para um mundo desconhecido. Conheça a vida deste Santo que fazia milagres contínuos, tinha dons sobrenaturais extraordinários e teve enorme importância na formação do Brasil.

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