Primeira coisa: espero que você não precise desse livro. Segundo: se você quiser uma vida de oração sadia, mais que valorizar as manhãs, uma coisa de fato é necessária: determinação. E isso, não foi o livro que afirmou, a Igreja nos ensina e os santos são testemunhas. Ah, uma terceira coisa: para a leitura de livros como esse é preciso um olhar de fé para não interpretar o livro de forma meramente humana.
O que ganhei com essa leitura
Inicialmente, parecia loucura ler um livro de auto-ajuda para motivar meu cérebro a acordar cedo. Mas, desde que comecei a trabalhar, minha vida ficou uma bagunça. Já não tinha forças para rezar diariamente, o cansaço foi favorecendo a vida de fraquezas e inconstâncias… Se eu quisesse rezar diariamente, precisava acordar às 4h da manhã. Na minha mente eu precisava dormir mais! Mesmo com a certeza de que só descanso em Deus através da oração, alguma coisa eu estava fazendo errado…
Nesta leitura, minha surpresa foi ver um livro “não-espiritual” deixar bem claro que a contemplação no início do dia é um fator transformador ao longo das próximas horas. “Pronto! Até o autor concorda que preciso rezar pela manhã! A formadora já tinha orientado; Deus já tinha insistido. E eu já sabia que as primícias da manhã são fundamentais para crescer na vida interior. Então, porque mesmo desejando muito eu não conseguia rezar de manhã?”
A resposta encontrei nas entrelinhas do livro e elas se chamam: minhas murmurações. Sim, elas estavam destruindo minha mente. Hal Elrod defende que – a contemplação deve ser nosso primeiro movimento para um dia produtivo. Além disso, o autor apresenta caminhos para estruturar concretamente a nossa rotina através da educação das “nossas murmurações” – que ele vai chamar de educação da mente.
Cheguei a conclusão pessoal que educar a mente seria lutar contra as murmurações que maldiziam meus dias. Diversas vezes, eu ia para a cama já reclamando do horário de despertar. Fazia uma “profunda” revisão de vida, e ao final já me “desanimava”. O último pensamento do meu dia, regia no meu corpo na manhã seguinte. Já dizia São Tomás de Aquino que “o último na execução é o primeiro na intenção”. Passei então, a educar-me no Amor para não reclamar.
Fui buscando ordenar os meus pensamentos últimos, dando a eles um verdadeiro anseio pela fidelidade a oração e a lectio divina. E têm dado certo! Eu vou dormir pensando em alegremente acordar para rezar, dou ao sacrifício matinal um sentido amoroso e feliz de encontrar com o Amado e nele retomar a força para o dia a dia.
Eu só li esse livro porque achei o título bem motivador… Espero que você não precise dessa leitura (risos) mas, caso leia, note que ela lhe dará pequenos impulsos sobre mudanças de hábitos, pensamentos e estabelecimento de estratégias para manter o ritmo. Os hábitos de rotina e a organização pessoal, são detalhes que movidos pela graça de Deus fazem a vida de oração acontecer. Você só precisa olhar as coisas sob a óptica do amor, de fazer isso porque gosta, ama e deseja a santidade, deseja Deus… E não partir apenas de uma visão de sacrifício.
O que não aprender com esse livro
O autor sugere como exercício espiritual a Yoga. No blog do Carmadélio, você encontra um texto muito bom sobre o porquê da Yoga não ser uma prática cristã (Clique e confira). E isso é um detalhe importante para outras leituras também. Nem tudo que lemos, devemos exercer. Algumas ações e posturas, devem passar por uma peneira… É importante fazer um crivo sobre o que a luz do evangelho podemos viver e praticar.
Larissa Sassi
Que artigo maravilhoso! Ajudando a nos guiar na nossa espiritualidade Cristã! Deus lhe abençoe.
Recebi o livro de um amigo em pdf. Mas como você falou, devemos fazer o crivo mesmo no que lemos.Shalom!
Recebi a indicação de leitura desse livro essa semana, num grupo de estudos e cheguei até a ver algumas resenhas e vídeos na internet sobre ele, não o conhecia e achei o título sugestivo, porém quando vi falando sobre meditação, já fiquei receosa de ler, e agora, por pura providência, me deparo com esse artigo que me fez pensar se devo ou não lê-lo e caso o leia, saiba “filtrar” o que é de proveito, aos olhos da fé.
Obrigada pelo artigo! Deus abençoe!