O altar permanece descoberto, o sacrário vazio e nenhuma celebração acontece durante o dia. O Sábado Santo é marcado por um profundo silêncio e contemplação. Ele sucede a dor da Sexta-feira Santa e antecede a alegria da Vigília Pascal, um tempo de recolhimento que, longe de ser vazio, é carregado de esperança.
A liturgia propõe uma espera confiante, que convida à oração, à escuta interior e à meditação. A programação deste sábado (19), do Retiro de Semana Santa promovido pela Comunidade Católica Shalom realizado na Catedral Metropolitana, no Centro, contou com momentos de oração, pregação e a celebração da Vigília Pascal.
Como diz São Paulo na Carta aos Romanos, a esperança não decepciona. Nasce do sofrimento que gera perseverança, da perseverança que forja a experiência e da experiência que produz a esperança. Não uma esperança vazia, mas que diante da cruz se torna bálsamo para as feridas, para as cruzes e para os sofrimentos. Aquela que é firmada no amor de Deus e cultivada na confiança na promessa de Cristo: “Eis que estarei convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20). Mesmo quando tudo parece ausente, quando o sepulcro está fechado, o coração permanece voltado para a certeza de que Deus é fiel. O silêncio não é ausência — é preparação. É confiança sem reservas na fidelidade do Senhor.
Somos chamados a mergulhar nessa aparente ausência de Deus, que na verdade anuncia Sua presença mais profunda, aquela que toca até os abismos do sofrimento humano. É o momento em que Cristo se faz presente no mais profundo da ausência, iluminando até mesmo os infernos com a esperança da salvação.
No silêncio do Sábado Santo, aprendemos a esperar, na confiança de quem sabe que a última palavra não pertence à morte, mas à Vida. Esse é o caminho que percorre o itinerário do retiro de Semana Santa promovido pela Comunidade Católica Shalom.
O retiro é gratuito e aberto a todos que desejam viver intensamente o Tríduo Pascal. Neste domingo (20), a programação continua com início às 8h, na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, no Centro do Rio.
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