Igreja

Santa Faustina, a mística embaixadora da Divina Misericórdia

A missão desta jovem foi cumprida fielmente e é uma verdade de fé: o amor misericordioso de Deus para conosco.

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Pela sua dolorosa paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro”. Você já deve ter ouvido isso, ou até mesmo rezado esta jaculatória do Terço da Misericórdia. Esta oração é uma tradicional devoção Católica, concebida a partir das iluminações de Santa Faustina na década de 1930.  

Faustina propagou a mensagem de Jesus Misericordioso e a Divina Misericórdia, além da Festa da Misericórdia, o Terço, a ladainha, a novena e a hora da misericórdia. Estas devoções votivas têm o propósito de fortalecer nossa confiança na misericórdia de Deus e reforçar em nós esse mesmo sentimento para com nossos irmãos. 

Breve biografia

Helena Kowalska, chamada Faustina depois de entrar na Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, nasceu na Polônia e guardou no coração muitas revelações divinas, e experiências místicas.  Morreu em 1938 e foi canonizada em 2000 por São João Paulo II. É notada por muitos, como apóstola da misericórdia de Deus e compõe o grupo de santos místicos da Igreja.

A missão desta santa, que tinha Nossa Senhora como modelo, era reservada e silenciosa. Não expunha a todos sua vida mística, apesar de ter sonhos, visões do céu, inferno e o purgatório, possuía uma profunda intimidade com Jesus, se calava perante as autoridades. Sim, ela se diminuía, para que assim Jesus Cristo nela crescesse. 

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“É teu dever e tua missão em toda a tua vida dar a conhecer às almas a grande misericórdia, que tenho para com elas, e animá-las à confiança no abismo da Minha misericórdia.” (D.1567)

O chamado ainda na infância

Desde muito jovem, sentiu o chamado de Deus e, várias vezes, ouvia a voz do Senhor. Ela relata no  diário que aos sete anos de idade, “ouviu pela primeira vez a voz de Deus na alma, ou seja, o convite para uma vida mais perfeita”. Mesmo sem entender o que acontecia, ela seguiu a vida. Aos 18 anos, Faustina fez um insistente pedido aos pais para que a deixassem entrar no convento, mas eles não permitiram.

Segundo a própria santa, após a recusa, ela passou a viver as vaidades da vida, deixando de prestar atenção à voz da graça. Em nada do que vivia encontrava satisfação. Foi então que, num determinado dia, na companhia de uma das irmãs, Santa Faustina estava num baile e relata:

“Enquanto todos se divertiam a valer, a minha alma sentia tormentos interiores. No momento em que comecei a dançar, de repente, vi Jesus ao meu lado, Jesus sofredor, despojado de suas vestes, todo coberto de chagas, que me disse estas palavras: Até quando hei de ter paciência contigo e até quando tu Me desiludirás?” (Diário, 9)

“Eu estou contigo”

Depois de ouvir estas palavras, a jovem Faustina de maneira discreta se retirou para tentar entender o que estava acontecendo. Procurou um canto para rezar e encontrou a catedral de portas abertas. Em adoração ao Santíssimo Sacramento, ela ouviu de Jesus novamente o chamado para que entrasse no convento. Diferentemente da vez anterior, ela decidiu partir sem perguntar a ninguém. Juntou poucas coisas e partiu com a roupa do corpo para seguir a ordem de Jesus.

“Tu descerás à terra e sofrerás muito, mas não por muito tempo, e cumprirás a Minha vontade e os Meus desejos e um fiel servo Meu te ajudará a cumpri-los. Agora reclina a tua cabeça sobre Meu peito, sobre o Meu Coração, e tira dele a força e vigor para todos os sofrimentos, porque em nenhum lugar encontrarás alívio, ajuda ou consolo. Deves saber que muito, muito terás que sofrer, mas não te assustes com isso: Eu estou contigo” (Diário, 36).

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Jesus, eu confio em vós!

Em 22 de fevereiro de 1931, Jesus deu-lhe a visão Dele de pé, com a túnica entreaberta na altura do coração onde, do coração, saiam grandes raios, um vermelho e o outro pálido. Depois, Ele ordenou que ela pintasse uma imagem de acordo com o que ela tinha visto e adicionasse a inscrição “Jesus, eu confio em vós”.

Em meios aos sofrimentos e cuidados de Deus, Santa Faustina começou a ter as revelações sobre a devoção à Divina Misericórdia. E com isso, foi acusada de louca  por tentar explicar a visão deste Jesus Misericordioso, diziam que ela estava tendo delírios. Obedecendo às ordens de Jesus, insistiu na propagação desta imagem e com o apoio de seu confessor, ela assim o fez.

Imagem de Jesus Misericordioso

Tal imagem é conhecida no mundo inteiro atualmente. Depois, se sucederam outras revelações acerca da devoção à Divina Misericórdia, como a Festa da Misericórdia, o Terço, a ladainha, a novena e a hora da misericórdia. Sempre em meio ao sofrimento, porém, na mais profunda obediência e intimidade de Santa Faustina com Jesus.

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Entre os sofrimentos físicos, Santa Faustina viveu e lutou com uma tuberculose por dez anos, que lhe prejudicou os pulmões e o intestino. Em muitos momentos, sentia-se extremamente debilitada para fazer suas obrigações religiosas, mas encontrava forças na oração e entregava todas as dores que sentia em prol da salvação das almas.

“Quando te submetes à Minha vontade, Me dás a maior glória, atraindo assim a ti todo um mar de bênçãos.” (Diário, 954)

No entanto, não podemos ler o Diário de Santa Faustina, ou outras experiências semelhantes, com a expectativa de que vai acontecer conosco desse mesmo modo, pois cada um será santo por um caminho conhecido somente por Deus, e tudo acontece no tempo por Ele determinado. Também não precisamos procurar o sofrimento, mas observar as graças que Deus derrama sobre nós em cada época da nossa vida.

“Tu és a Minha alegria, tu és a delícia do Meu Coração”

Confiemos no Senhor, Ele caminha conosco, e até quando nada sentimos, nada vemos, Ele está aí, carregando a cruz conosco, caindo conosco nas nossas vias e nos ajudando a levantar. Nós também fomos escolhidos para seguir o Senhor, cada um na sua vocação, e talvez seja a hora de nos prostrarmos diante d’Ele e dizer:

“Senhor, o que eu devo fazer agora? Eu talvez ainda não entenda, mas te peço a graça de corresponder ao chamado que arde em meu coração, e confiando em Tua infinita misericórdia, como Santa Faustina eu repito, meu amado e bondoso Jesus, eu confio em vós.”

Ouça agora: Jesus, eu confio em Ti

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