Formação

Santa Luzia, um farol em nosso caminhar

Uma santa mártir cristã do início do século IV, morta no contexto das perseguições de Diocleciano aos cristãos.

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Sempre que vejo uma imagem de Santa Luzia e seus olhos expostos naquela bandeja, lembro de uma missa que participei, quando era criança, durante o novenário da santa, em uma comunidade bem humilde. Além da fé do povo e suas manifestações devocionais, a letra do hino que cantavam com fervor, nunca me saiu da memória, principalmente a parte da “ tesoura tão fina/ que no mundo não havia”.

No primeiro momento fiquei a imaginar em minha infantilidade, toda a situação de Santa Luzia, que a música narrava em seus versos, me deixando impressionada e perplexa, quase sentindo a dor que ela não sentira, quando lhe furaram os olhos, com a tesoura tão fina, segundo o hino.

Depois com o tempo, ao me aproximar mais da vida dos santos e santas, fui percebendo a presença do martírio de sangue que muitos deles viveram, em ofertar suas vidas incondicionalmente por amor a Cristo. E Santa Luzia, virgem e mártir, foi uma delas. Sua coragem e decisão iluminou a muitos como um farol em nosso caminhar.

Pureza e desejo de santidade

Luzia, já naquele tempo, era muito devota de Santa Águeda, também virgem e mártir. Para se livrar de um casamento arranjado por sua mãe, recorre com muita fé a sua santa protetora. Pedindo um tempo para o discernimento e tendo a mãe gravemente enferma, Santa Luzia propôs à mãe que fossem em romaria ao túmulo da mártir Santa Águeda, em Catânia, e que a cura da grave doença seria a confirmação do “não” para o casamento.

Milagrosamente, foi o que ocorreu logo com a chegada das romeiras e, assim, Santa Luzia voltou para casa com a certeza da vontade de Deus quanto à virgindade e quanto aos sofrimentos pelos quais passaria, assim como Santa Águeda.

A virgindade que lhe causou a vida

Italiana, nascida em Siracusa no fim do século III, Luzia pertencia a uma família rica, que lhe deu ótima formação cristã, a ponto de ter feito um voto de viver a virgindade perpétua. O noivo, inconformado com a recusa da jovem, em meio as perseguições religiosas, denunciou Luzia que se recusou a adorar e oferecer sacrifícios aos falsos deuses e afirmava convictamente aos seus perseguidores: “Adoro a um só Deus verdadeiro, e a Ele prometi amor e fidelidade”.

Conta-se que o prefeito da cidade, Pascásio, tentou levar à desonra a virgem cristã, mas não houve força humana que a pudesse arrastar. Firme como um monte de granito, várias juntas de bois não foram capazes de a levar. As chamas do fogo também se mostravam impotentes diante dela, até que por fim a espada acabou com sua vida tão preciosa. A decapitação de Santa Luzia se deu no ano de 303.

Luz para os caminhos

Na Idade Média, era invocada contra as enfermidades dos olhos, talvez porque seu nome significa “luz”. Isto originou várias lendas como a de que o tirano mandou que os guardas lhe tirassem os olhos e ela recuperou a vista.

Já um pouco mais amadurecida na fé, hoje ao contemplar a imagem de Santa Luzia, já não me detenho na “tesoura tão fina”, mas que, ”seja ela nossa luz e guia”, da janela de minha alma.

Santa Luzia, rogai por nós!

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