Impossível não se referir a Santo Antônio como o santo casamenteiro. De cultura e inteligência invejável e de profunda humildade, o que o santo mais escuta são suplicas e preces para arrumar um bom partido, um marido, alguém que realize o sonho de chegar ao altar. Se recorre a ele direto ao ponto, o objetivo é casar o mais rápido possível. Urgente! Sair do caritó e não ficar para titia, a final todos os amigos já casaram. Certo…, mas já pensou que é preciso namorar primeiro?
Com as festas juninas chegando, nos “arraiás da vida” e quermesses, surgem oportunidades de sair com a galera, se divertir, dançar um forró pé de serra e quem sabe nos ensaios da quadrilha, conhecer alguém interessante, não diretamente para casar, calma… nada de ansiedade, mas para viver com você um tempo bastante especial de namoro, amizade e respeito onde possam se conhecer, dialogar e talvez trilhar um caminho de noivado e finalmente ao sacramento do matrimonio ou de… pular uma fogueira.
Breve biografia de Santo Antônio
Segundo alguns de seus biógrafos, na adolescência Fernando, nome de batismo de Santo Antônio, foi acometido por violenta tentação contra a pureza. Para aplacá-la, estando na catedral, o jovem traçou uma cruz com os dedos, numa coluna de mármore, ficando nela impressa como em cera. Avaliando nessa ocasião os perigos que corria, o adolescente quis entrar para o mosteiro de São Vicente de Fora, dos Clérigos Regulares de Santo Agostinho, nos arredores da capital portuguesa, quando contava 19 anos de idade.
O testemunho do jovem e puro Antônio, que recorreu a Deus mediante a tentação, pode nos levar também a questionar melhor nossas preces em relação a ele, em vista primeiro de um namoro e não de um casamento e segundo, acreditar que ele pode sim, por seu exemplo e santidade, nos ensinar a namorar. A namorar? Sim! Ele não se deteve no físico, traçou limites bem definidos e claros para si, o que é também importante para o casal, bem como buscar a pureza e evitar o puritanismo. Este ponto básico, muito necessita da graça para não se deixar levar pelas ”facilidades” mútuas, que o sensualismo e a concupiscência da carne plantaram em nós.
Castidade
Não estamos aqui falando do “fica” e nem do “crush”, mas de namoro. Que tipo de convivência estou tendo? É frutuoso ou estou queimando etapas tão importantes em um relacionamento? Abrir então, nossos olhos e coração não apenas para alcançar um objetivo ou um par de alianças, mas namorar com responsabilidade, paciência e santidade, por intercessão e auxilio de Santo Antônio, colocando sempre Deus e a castidade em primazia.
A paixão é passageira, não resiste à distância, esfria, não espera. O amor, ao contrário, permanece “o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta” (I Cor 13,7). O amor sabe esperar o momento certo para o casamento. Basta perceber o que tem dentro da palavra namorar…