Caminho de Amizade
Prisley: Nos conhecemos no colégio, estudamos na mesma sala no ensino médio. A princípio não nos falávamos. Por intermédio de amigos em comum foi que nos aproximamos. Começamos a ter um relacionamento de amizade muito forte, tínhamos muitas coisas diferentes, mas isso não impediu que ficássemos cada vez mais próximos. Dyego já conhecia a comunidade e me convidou para participar de um SVES (Seminário de Vida no Espírito Santo), eu não aceitei e dei várias desculpas, mas ele insistiu e, no domingo, como eu já tinha dito vários ‘não’, foi me buscar em casa. Participei da efusão e ali Deus já plantava algo novo em meu coração. Comecei a participar do grupo de oração e o Dyego sempre me apoiando e sendo a pessoa mais experiente espiritualmente, me ajudando a entender a vontade de Deus para mim. Depois de algum tempo, nós e alguns amigos e familiares já estávamos percebendo que não era mais só amor de irmãos, como falávamos, mas um cuidado maior. Com a ajuda dos nossos acompanhadores que, na época, nem sabiam como lidar com essa situação, pois não tinha todas as orientações de caminhada e namoro que existe hoje, eles nos ajudaram a entender esse tempo de amizade e conhecimento um do outro e perceber o amor que sentíamos um pelo outro e a dizer sim a esse amor, sem medo de que, se não desse certo, perderíamos a amizade.
Dyego: Estávamos tão próximos que comecei a me questionar o que seria isso, pois não queria aceitar que estava nascendo um outro sentimento além de amizade e, de fato, fui perguntando a Deus se era isso mesmo, se o sentimento que brotava em meu coração era real e se eu podia alimentá-lo. Muitas dúvidas e questionamentos surgiram, mas, com a ajuda de Deus e do meu acompanhador, vimos ser verdade o que sentíamos. Fui vendo ainda que era recíproco e também perceptível como a nossa forma de tratar um ao outro tinha mudado.
Namoro
Prisley: Então, aos 16 anos, começamos a namorar. Os dois participando da Obra Shalom, sendo acompanhados e orientados pela comunidade através dos nossos acompanhadores. Neste caminho, tivemos o conhecimento do namoro em Deus, qual era a vontade Dele para nós e a vivencia da castidade neste relacionamento. Assim, buscávamos cada vez mais entender como o Senhor desejava essa vivência para nós, em livros, noutros casais mais experientes e, desta forma, descobrimos que era essa a forma de vida que queríamos seguir. Rezávamos juntos uma vez ao mês com o objetivo de manter firme o desejo de não cair em tentação. Mudei muito o exterior e o interior para que, verdadeiramente, o Dyego não fosse afetado no ser casto. Com as orações, íamos nos conhecendo e permitindo que Deus revelasse também nossas fraquezas, pois assim poderíamos juntos nos policiar, éramos muito livres nisto. O tempo do namoro, de conhecer um ao outro, foi de grande alegria, onde firmamos nossa amizade e ajustamos as diferenças para que fossemos sustentados na certeza da vontade de Deus, de viver cada coisa no seu tempo.
Noivado
Prisley: Depois de 8 anos de namoro, percebemos que Deus nos pedia mais um passo no nosso relacionamento. Levamos para as nossas autoridades o pedido de Noivado, pois já estávamos inseridos no processo formativo da Comunidade de Aliança. Nos conhecíamos bastante e, numa Matrim, foi confirmada a vocação do matrimônio. Vimos que era isso que o nosso coração ansiava: constituir uma família!
Então, a comunidade confirmou o pedido e afirmou ser tempo de darmos o passo para o noivado, mesmo com poucas estruturas materiais, mas com corações firmes na vontade de Deus de que este era o ano da graça. E, com esta certeza em nosso coração e na graça de vivermos em comunidade, cujo lema é não haver necessitados entre nós, começamos então a preparação para o nosso casamento. Os irmãos da Comunidade, na doação da vida material ou espiritual, iam sustentando e enchendo nosso coração de desejo por esse grande dia. Provamos muito da providência de Deus em cada detalhe, seja na festa, como na cerimônia e na nossa casa, em tudo o Senhor nos fez experimentar da sua vontade. Sempre que conversávamos sobre o casamento, falávamos que queríamos nos casar de manhã, e, como eu amo tênis, sempre quis me casar de tênis, mas me incomodava com a opinião dos outros e, quando apresentei a opção para o Dyego e ele concordou e disse achar “top” a opção de casarmos de tênis, então me lancei sem medo e incluí as daminhas, o pajem, meu pai e meu sogro nessa. Deus nos pedia sobriedade e alegria, então, em cada detalhe, fomos buscando realizar essa vontade.
Casamento
Prisley: No dia do casamento eu estava bem tranquila, mas ao entrar na igreja e ver todos aqueles irmãos de comunidade, amigos e familiares, meu coração não aguentou de alegria, pois estava se cumprindo o que Deus prometeu a nós e aos jovens: um sim eterno para alcançar um povo, o nosso povo de Itapipoca. Ficamos bem à vontade na celebração, pois o padre era jovem, estávamos de tênis, e tudo tinha a nossa cara. Havia em cada detalhe, a alegria de ser Shalom, jovem e estar cumprindo a vontade de Deus.
Dyego: Confesso que, no dia anterior, eu estava bem tenso, ansioso e preocupado com algumas realidades que estavam aparecendo, principalmente financeiras, mas, graças a Deus, somos uma comunidade, então me senti bastante amparado por esses irmãos que hoje fazem parte da missão de Itapipoca. No dia do casamento, acordei super tranquilo e com uma felicidade que não cabia em mim, certo de que era naquele dia que Deus selava, em nossos corações e em nossas vidas, a sua vontade. Foi um momento muito marcante na nossa história, estava tudo muito lindo, simples e, ao mesmo tempo, muito organizado e belo. O principal é que essa cerimônia foi uma grande expressão do carisma Shalom, cada detalhe da liturgia, nas músicas, na ornamentação, tudo expressava o nosso carisma, quem realmente somos: Shalom!
O filhos e a fecundidade do Matrimônio
Prisley: Então se cumpriu a vontade de Deus em nossas vidas e estamos imensamente felizes. Já temos muitos filhos espirituais, mas ainda esperamos ansiosos por aqueles que o Senhor nos quer dar, sejam mais filhos espirituais gerados na nossa oferta ao Senhor ou filhos carnais, fruto da nossa união conjugal, gerados no meu ventre materno. É muito bom perceber que, com o nosso matrimônio, muitos foram alcançados, mesmo a distância, outros casais se abriram ao amor e começaram a acreditar na sua família. Somos felizes em poder ser instrumentos nas mãos de Deus.
Prisley Trindade e Dyego Franklyn