Desde o início da pandemia, a necessidade da conscientização pelo bem-estar mental é uma pauta comum entre os brasileiros. Os transtornos mentais afetam uma em cada oito pessoas, segundo a estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, de acordo com o Sistema Único de Saúde (SUS) o número de óbitos autoprovocados dobrou nos últimos 20 anos, totalizando 14 mil. Dessa forma, é nesse meio, onde a convivência com algum transtorno mental está mais perto do que se imagina, que a escuta atenta deve imperar.
A compreensão de que o cuidado com a saúde mental é importante ganha mais espaço no mês de setembro, em razão da campanha Setembro Amarelo. Embora silencioso, o comportamento de uma pessoa em sofrimento mostra sinais que, para um amigo atento, não passam despercebidos.
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Sobre a escuta, a psicóloga Liza Studart, de Fortaleza (CE), esclarece que existem sinais e frases que traduzem as intenções de uma pessoa que pensa em terminar com seu sofrimento.
“A pessoa pode começar a se desfazer de objetos de valor, que ela tenha afeto por eles, ou até fazer esportes radicais que coloquem a vida dela em risco”, explica. “Já as frases podem ser ‘quero dormir e não acordar mais’, ‘quero que isso acabe’ e pode piorar”.
Para além dos indicadores externos, o contexto do próximo também importa. Ao demonstrar os sinais, o caminho até aí pode pressupor algum trauma ou histórico de sofrimento.
Entender e acolher
Ao notar uma pessoa com um sofrimento intenso, que tem buscado o isolamento constante, Studart aconselha o questionamento gradativo. Para tanto, é necessário desfazer-se de quaisquer preconceitos, a fim de estar próximo do indivíduo.
“O que acontece muito de familiares e amigos, em uma tentativa de serem bons, dizem que vai dar certo que é só uma fase, mas a pessoa vai se sentir desrespeitada e não vai se sentir escutada”, esclarece.
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A prevenção de um óbito autoprovocado também passa por quem sofre. O indivíduo que se enxerga guardando seus próprios sentimentos ou quando o sofrimento passa a atrapalhar os outros setores da sua vida, pode já ter algum transtorno ou sofrimento.
“Se ao deixar um hábito, que antes trazia felicidade, vier juntamente um sinal de desânimo e de um desconhecimento do motivo de ter parado com ele, pode ser um sinal de que as coisas não estão bem”, comenta Liza.
Para a conclusão do diagnóstico de um transtorno mental, é necessário procurar um profissional qualificado, seja psicólogo ou psiquiatra. Além disso, os Centros de Evangelização Shalom contam com missionários dispostos a ouvir quem precisar de ajuda.