Hoje nosso coração e olhar se voltam, agradecidos, para mais uma etapa da nossa Salvação, mais uma significativa e profunda ação messiânica de Jesus, nossa Paz real, nosso Shalom. Trata-se da Sexta-feira Santa.
Para todos os cristãos, este é um dia de renovação da consciência em torno da profética e amorosa ação de Deus em vista da nossa salvação. Hoje, Jesus consuma Sua oferta messiânica, morrendo no madeiro da Cruz, após vários episódios de torturas, humilhações e desprezos.
Sexta-feira da Paixão
Não podemos nos esquecer desse dia e tratá-lo como um mero feriado, como nos recorda São Francisco de Assis: “Choro as dores e humilhações do meu Senhor. O que mais me faz chorar é que os homens, por quem Ele sofreu tanto, vivem esquecidos dele”. Portanto, nos esforcemos para não perder as imensas graças que o Senhor deseja derramar em nossas vidas por meio do mistério da Paixão de Jesus Cristo.
Segundo os santos da Igreja, a Sexta-feira Santa deve ser um dia de mergulho profundo e de reflexão orante sobre o sacrifício do Senhor, como disse São Boaventura: “Se queres progredir no amor de Deus, medita todos os dias a Paixão do Senhor. Nada contribui tanto para a santidade das pessoas como a Paixão de Cristo”.
Exercícios penitenciais
Uma das formas de nos unirmos de modo ainda mais concreto à oferta de Jesus é dedicarmos esse dia, além da oração, para exercícios e rituais de teor penitencial. Entre os mais indicados estão o jejum e a abstinência de algo que realmente vai “fazer falta” naquele dia como, por exemplo, para os “viciados” em doces e refrigerantes, não comê-los ou tomá-los nesse dia santo.
Confira| Jejum, penitência e oração
Vale lembrar que o jejum e a abstinência são um mandamento da Igreja e, na Sexta-feira Santa, são compulsórios para os fiéis que estão saudáveis e entre 18 e 60 anos de idade:
“Cân. 1249: Todos os fiéis, cada qual a seu modo, estão obrigados por lei divina a fazer penitência, mas para que todos estejam unidos mediante certa observância comum da penitência, são prescritos dias penitenciais em que os fiéis se dediquem de modo especial à oração, façam obras de piedade e caridade, renunciem a si mesmos, cumprindo ainda mais fielmente as próprias obrigações e observando, principalmente, o jejum e a abstinência, de acordo com os cânones seguintes”.
Cân. 1250: Os dias e tempos penitenciais, em toda a Igreja, são todas as sextas-feiras do ano e o tempo da Quaresma.
Além do jejum e abstinência, conheço irmãos tão criativos nesse sentido, que fazem a opção inclusive de desligarem a TV, as redes sociais, não assistir filmes etc. O fato é que deve ser um dia de mergulho na Paixão do Senhor. Não é dia de sadismos ou loucuras disfarçadas de piedade, mas de um amor profundo, resultante da consciência de que a gratidão é a linguagem das almas esposas, que se sabem amadas por Deus e foram alvos de Sua oferta.
Observe-se, perceba no seu jeito de ser, personalidade, atividades diárias etc, encontrando, assim, um tipo de mortificação e penitência que, aliado à oração, será um modo concreto e encarnado de união à oferta de Jesus, favorecendo o mergulho profundo em Sua Paixão.
Desejo que essa matéria te ajude nesse santo e feliz propósito.
Deus te abençoe sempre. Shalom.
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