Neste mês, a Missão de Curitiba tem motivo duplo para comemorar: além dos 33 anos do Projeto Juventude para Jesus (PJJ), a Comunidade Shalom completa 22 anos de presença na cidade.
Na presença do Amado
O sábado (21) foi marcado pela energia, alegria e gratidão, com os jovens da Missão reunidos numa vigília. “Quando venho para o grupo de oração/vigília é difícil até explicar. Mesmo num dia corrido, ou estando desanimado, eu chego aqui, me sinto acolhido, como se estivesse na minha casa, com minha família. É aquilo mesmo, onde dois ou mais estiverem reunidos em nome de Deus, Ele vai estar ali. Estamos reunidos aqui no Shalom, por Ele, e Ele está aqui”, descreve Eduardo Gomes, 17 anos, jovem da Obra Shalom Curitiba.
A liturgia enfatizou a presença viva e real de Cristo, que está dentro de cada um. Assim, está no coração de cada missionário para que continue transbordando o Ressuscitado aos jovens e ao coração de cada homem nesta terra: “o Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito” (Jo 14,26).
“Fui ao acampamento de Jovens, no Shalom, em 2017. Aquele Acamps, para mim, foi a oportunidade de conhecer Deus de uma forma nova. Na verdade, de me dar conta de que eu caminhava com Ele o tempo todo, mas de que eu não O conhecia como uma Pessoa, Viva, Ressuscitada”, descreve Ana Paula do Valle, 25 anos, discípula da Comunidade Aliança.
Reconhecer Deus Vivo, Ressuscitado dentro de nós, pode trazer um novo sentido à vida dos jovens, um encontro consigo mesmo, um reconhecimento da própria identidade/vocação. Afinal, quem melhor conhece a criatura, se não o Criador? Ou, quem melhor nos mostrará e nos dirá quem somos, se não Aquele que nos criou?
“Eu ia para tantos lugares, até mesmo à Igreja, e parece que nada me preenchia. Eu estava procurando o meu lugar. Fui ao Acamp’s, em 2015, e me tocou muito a alegria de todos que ali serviam, uma alegria de quem encontrou seu lugar. Durante o acampamento, eu experimentei dessa alegria e, ali, encontrei o meu lugar. Depois, me aprofundei, conheci mais a comunidade, participando do grupo de oração, e mais tarde do caminho vocacional. Aqui é meu lugar”, descreve Jeferson Santos, 30 anos, discípulo da Comunidade Aliança.
Ação de graças e ouvidos atentos
No domingo (22), a celebração Eucarística foi presidida pelo Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo, que refletiu sobre a importância de os missionários – e todos os filhos de Deus – conferirem uma realidade nova àquilo que está presente em sua vida, o próprio Cristo. “Ouçam a palavra, para que o Paráclito se faça na missão”, enfatizou Dom Peruzzo.
“Se o missionário tiver pouco tempo para a Palavra ouvida, terá pouco tempo para a Palavra pronunciada, porque quando eu e meu Senhor – Aquele que me envia – estamos sem afinidade, proximidade, intimidade, a minha capacidade de olhar para o outro com os olhos do Senhor ficará enfraquecida”, disse.
“Os ouvidos para compreender o povo, a dor de um povo, o choro de um povo, podem não doer, porque a fonte de sensibilidade para a configuração do próprio missionário também se vai. Aí há o risco de Deus ficar sem seu missionário, o povo ficar sem seu enviado, e a Palavra ficar sem quem a pronuncie”, ressaltou o Arcebispo.
Como uma criança que, ouvindo e guardando os ensinamentos de sua mãe, é capaz de ao longo de sua vida demostrar uma memória viva dela, por meio das suas atitudes, costumes, ideias e hábitos, isto significa guardar a Palavra: transformá-la numa Palavra Viva. Só assim é possível o próprio missionário recordar-se dela e, como consequência, recordá-la também ao povo ao qual ele foi enviado.
O Carisma Shalom nesta terra e na Igreja local
O Arcebispo ainda refletiu que a palavra vocação e a palavra voz vêm da mesma raiz, assim, quem não ouve a voz do Senhor também desfigura sua própria consciência vocacional e de identidade. Todos aqueles que se reconheceram na tradição bíblica chamados por Deus, nenhum deles interpretou esse chamamento de uma maneira subjetiva, mas todos os fatos bíblicos sobre vocação já tinham a missão intrínseca, “vinde até Mim, que Eu os farei pescadores de homens”.
“Olhando para trás, o sentimento é de gratidão a todos que já passaram pela Missão de Curitiba, e percebemos que Deus sustenta todas as coisas. Assim como nossa vida cotidiana, que é cheia de altos e baixos, esses 22 anos aqui em Curitiba também tiveram seus desafios e suas graças, desde a fundação. E Deus conta com nossa colaboração, mas não chegaríamos até aqui se não fosse a graça dEle. Isso nos faz olhar para frente com Esperança”, recorda José Felipe Barbosa Jr., Responsável Local da Missão de Curitiba.
Dom Peruzzo finalizou, apontando que o modo como o Carisma Shalom apresenta Jesus Cristo segue corretamente o linguajar das pessoas do nosso tempo. Por isso, não apresenta a figura de Jesus com uma transcendência inacessível, mas confere a espontaneidade da juventude de hoje, numa verdade que é sempre antiga e sempre nova. Ele também destacou o apreço e o carinho pela Palavra de Deus, como marcas da vocação nesta terra.
Após a Santa Missa, a comemoração continuou ao som da banda Missionário Shalom (MSH), que agitou a noite com as músicas que marcaram a vocação, “amei o show, cantando junto com a missão e ouvindo MSH foi um toque de Deus que me renovou, um verdadeiro impulso a me ofertar mais e pude me sentir amada por Ele com toda a programação preparada.”, destaca Letícia Brito, 26, jovem da Obra Shalom Curitiba.
Por: Marcia Elizandra Faustino
Missão de Curitiba/PR