Shalom

Sim feliz: testemunhos de evangelização fora do comum

Conheça a história de um jovem e um sacerdote que foram evangelizados pelo Carisma Shalom e hoje se ofertam na vocação

comshalom

Nós nascemos para evangelizar, foi para isto que Deus no gerou (cf. CC05, 146). A evangelização é, junto com a unidade e a contemplação, importante pilar da Comunidade Católica Shalom. Nascida em meio aos jovens e a eles muito dedicada, a Comunidade busca a cada tempo se renovar para continuar alcançando o coração dos homens.

Em 1980, depois de entregar uma carta ao Papa João Paulo II, no ofertório da Missa, dizendo que lhe daria de presente toda a sua vida pela evangelização de outros jovens, que não conheciam a Deus, Moysés Azevedo ainda não sabia como seria isso, mas inspirado pelo Espírito Santo, algum tempo depois, iniciou, junto com alguns amigos, uma lanchonete que tinha no cardápio nomes bíblicos para gerar curiosidade e dar a desculpa necessária para evangelizar os jovens.

O tempo passou, muita coisa mudou desde a singela lanchonete para evangelizar. A lanchonete revelou um Carisma que Deus deu ao mundo, que se espalhou por diversos países e, embora a lanchonete seja uma parte importante da história da Comunidade, preservando a memória de onde tudo começou, ela se expandiu, agregando diversas novas formas de evangelizar o homem dos tempos atuais.

>> Clique aqui para seguir o canal da “Comunidade Católica Shalom” no Whatsapp

Para evangelizar, toda “desculpa” é válida

A “desculpa” para evangelizar é uma forma muito utilizada na Comunidade mesmo nos dias de hoje, que o diga o postulante da Comunidade de Aliança, Vítor Wallach, 25, que foi evangelizado através de um simples convite para jogar Uno, um jogo de cartas muito popular entre jovens e adultos.

Ele conheceu uma jovem no trabalho e ela o convidou para jogar Uno com seus amigos, convite que ele aceitou, mas quando chegou o dia, descobriu que antes do jogo, todos iriam à Missa, ele também foi convidado para ir junto, e ali começou a conhecer a Comunidade.

“Chegando lá, já comecei a estranhar tudo, eram pessoas que eu nunca vi, vindo falar comigo como se fôssemos amigos há anos, tinham jovens por todos os lados, pessoas felizes e sorrindo como se estivessem ali porque queriam, porque aquilo tinha sentido para eles, mas não para mim, que nunca fui católico. Mesmo assim, sentia que havia algo diferente ali, que mesmo sem entender nada me fazia sentir feliz e bem”, conta Vítor.

“A missa então acabou, fomos para casa da jovem e passamos a noite jogando. Alguns dias depois fui convidado novamente para uma “jogatina” de Uno e mais uma vez, iríamos antes para a missa. Neste momento, não pensei demais, apenas fui, afinal de contas já tinha ido uma vez e mesmo sem entender dos ritos, eu tinha gostado de estar ali com eles e de estar entre os jovens”, explica ele.

“Após esses dias, comecei a ir para a missa no Shalom, só por ir, porque gostava da sensação que me trazia estar lá. Ia junto daquela jovem, até que comecei a ir sem ela, comecei a conhecer mais e mais do Carisma”, conta ele, que é da Missão de João Pessoa.

“Hoje, esse sou eu. Um novo “jovem” de 25 anos, Postulante de primeiro ano da Comunidade de Aliança, que tenta a cada dia evangelizar a outros jovens como ele, que não sabem quem é a pessoa de Jesus, mas ao terem uma pequena abertura de coração, se deixam ser amados e se encontram com o Amor que nunca desiste deles”, se alegra Vítor. “O louvor e também a primazia que é a juventude, me levaram a conhecer aquilo que eu nem sabia que precisava, e foi aqui, que encontrei a minha Vocação e meu caminho para o chamado de Deus à Santidade”, finaliza ele.

Viver a Vocação atrai os corações!

Muitas vezes, a simples vivência fiel do Carisma é a via pela qual as pessoas são alcançadas por Deus, como nos conta o Padre Elielson, que foi evangelizado atendendo confissões de irmãos da Comunidade e da Obra Shalom. Acompanhe o testemunho dele:

Quando a comunidade, ainda começando, veio para Natal, eu era seminarista e ouvi falar de algumas coisas de uma Comunidade que estava chegando em Natal e que era um povo assim meio estranho, porque o que eles fizeram foi logo abrir uma lanchonete, os sanduíches tinham nomes de santos, era uma coisa bem diferente para nós.

Passou o tempo, como seminarista, no terceiro e quarto ano de seminário, eu fui mandado para Roma para estudar lá, fazer o bacharelado em teologia e depois em seguida já ingressar no mestrado. Por intermédio de um colega de turma, que era carismático e conhecia alguns irmãos da Comunidade, eu fui tendo contato com a Comunidade lá em Roma. Nesta época o padre João Wilkes, morava lá. E às vezes nós íamos para casa, para ter momentos de oração e descanso.

Um tempo depois de voltar de Roma, estive um tempo no seminário, como formador, e acompanhei dois irmãos nossos que queriam fazer o caminho vocacional e foram ingressando no seminário. Esses dois irmãos, ainda perseveram, graças a Deus, um na Comunidade de Aliança, outro na Obra e nós tínhamos contato, partilhando algumas coisas na formação.

Porém o grande contato mesmo foi quando fui para a Paróquia da Catedral de Natal e meu ministério predominantemente era o departamento de confissões. Eu atendia todos os irmãos que iam lá para as confissões constantemente e eu pensava assim comigo, “Alguma coisa é diferente nesses rapazes e nessas moças, sobretudo eles têm uma sede de Deus. Tem uns que são meio doidinhos assim, mas eles querem Deus”, eu não entendia muito bem as coisas da vocação.

Quem me apresentou mais profundamente a vocação foi uma irmã consagrada, a Débora, que fez sua páscoa prematuramente, para nós, não para Deus. Ela foi uma tarde, já no finalzinho, se confessar e a confissão dela me deixou profundamente mexido. Quando terminou, disse para ela voltar no mês seguinte. Olha, o shalomita ouvindo do confessor: “Volte para se confessar daqui a um mês”. Ela disse, “Com certeza!”, e assim começamos esse caminho, como confessor e penitente, mas também foi se alargando uma amizade.

VEJA TAMBÉM | Com Maria, cantar o meu sim feliz 

Ela foi me introduzindo na via da vocação de uma forma interior, digamos assim, porque eu era o confessor dela. Ao mesmo tempo, se aproximaram os rapazes da liturgia, porque a Catedral dava todo o suporte para os grandes eventos, o Halleluya, particularmente, e fui tendo contato com os rapazes que serviam nessa parte. E eles foram me ajudando também a tocar mais na vocação deles, como jovens. Com um pouquinho de tempo chegou o Padre Gustavo, que é da Comunidade de Vida, e foi me tomando também como confessor e então se completou, digamos assim, o meu caminho de conhecimento e encantamento com a Vocação.

Na verdade, aquele foi o encontro comigo mesmo, porque nesse período eu passava por uma crise profunda de identidade. Eu não entendia, não me via na Igreja, não encontrava lugar para viver a minha vocação. Um lugar, como se diz, teológico, de identidade sacerdotal que me suportasse com os meus anseios. E aí esses irmãos, particularmente Débora e o Padre Gustavo, foram me ajudando a fazer esse caminho de encontro comigo mesmo, com a minha vocação.

E aí quando eu li os Escritos pela primeira vez, depois de vários anos que eu havia ganhado de presente dos rapazes da liturgia, eu tive a coragem de abri-los, e quando li os Escritos eu disse, “Meu Deus, é isto aqui!”. A minha vida toda como seminarista, como padre, as vezes que eu me retirava, que eu rezava, os anseios que eu tinha, tudo batia direitinho com aquele ideal, com aquela forma de viver, de ser cristão, que Moysés foi relatando ali nos Escritos.

E assim eu conheci a Vocação, até que decidi ter a coragem, de pedir para caminhar como vocacionado, e hoje aqui estou eu, agora como T2 da Comunidade de Aliança, sacerdote plenamente reconciliado, encontrado como homem, como filho de Deus, como Shalom, como celibatário, como sacerdote.

Esta era a grande ferida da minha alma, eu era um homem fragmentado, um ser fragmentado. E a vocação me deu esta graça, de poder me encontrar como um todo. E aqui vamos nós, prosseguindo, caminhando, nesta via, neste caminho de felicidade e para a felicidade, graças a Deus.

A evangelização, seja ela de porta a porta, através dos grandes eventos ou mesmo no dia a dia, quando encontramos uma oportunidade de falar do Amor para aqueles que não conhecem a Deus, faz com que o mundo seja transformado, pessoa a pessoa, pelo Cristo Ressuscitado. Que possamos ter esse olhar que busca a cada momento anunciar que o Amor nos amou, para que mais pessoas encontrem a paz que cala todos os anseios do coração do homem.

Veja também

Como faço para ser Shalom? 

Comunidade Shalom renova a oferta de vida diante do Núncio Apostólico na Diaconia Geral


Comentários

Aviso: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião da Comunidade Shalom. É proibido inserir comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem os direitos dos outros. Os editores podem retirar sem aviso prévio os comentários que não cumprirem os critérios estabelecidos neste aviso ou que estejam fora do tema.

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.

O seu endereço de e-mail não será publicado.