Na proximidade da virada do ano, sempre retorna à mídia o assunto das simpatias de ano novo. Afinal, um cristão pode recorrer a essas práticas?
As simpatias são na realidade, crendices populares, pequenos rituais ou objetos de superstição aos quais se atribui certa eficácia para se prevenir ou curar um mal, ou mesmo para se alcançar algo desejado: vestir roupa de uma determinada cor para “garantir” boas energias; comer sete garfadas de lentilha apressadamente para “atrair” dinheiro; comer sete uvas na parte mais alta da casa para “conseguir” sucesso, a lista de exemplos supersticiosos é vasta.
Simpatias x Confiar na vontade de Deus
A definição e os exemplos acima já seriam suficientes para demonstrar o quanto a simpatia, como uma forma de superstição, é um desvio do sentimento religioso, como afirma o Catecismo da Igreja Católica (cf. CAT 2111). Quando se recorre a uma simpatia, se está transferindo para as criaturas uma fé e uma confiança que só devem ser prestadas ao único e verdadeiro Deus. Atribuir poderes “mágicos” às coisas criadas é uma forma de idolatria e um pecado contra o primeiro mandamento.
Além disso, há quem diga que por trás das práticas supersticiosas está o desejo humano de possuir o domínio e o controle da sua vida e do seu futuro, o que não passa de uma terrível ilusão.
Confiança total nos planos de Deus
A fé cristã, ao contrário, inspira aos fiéis uma atitude perene de abandono confiante nas mãos do Pai das misericórdias, e ensina a lançar sobre Ele todas as suas preocupações, certos de que Ele cerca seus filhos de cuidado e de ternura (cf. 1 Pd 5,7).
Portanto, a postura adequada para um fiel católico durante a passagem de ano, e mesmo por toda a sua vida, é aquela que Nosso Senhor Jesus Cristo nos sugere quando nos ensina a orar e quando entrega sua vida para nos salvar: “PAI, seja feita a Tua Vontade… venha o Teu Reino… em Tuas mãos entrego o meu espírito…”.
Padre Vicente
Missão de Belo Horizonte