Tema de estudos e evidenciado na sociedade do século XXI, a síndrome do pânico se apresenta como grave doença tanto na população jovem, como em adultos e idosos. Trata-se de um medo, sem causas definidas, que paralisa a pessoa e a impede de viver bem as suas atividades cotidianas. O estado de constante tensão gera grande desgaste em quem é acometido por esta enfermidade, sendo necessário, na maioria das vezes, tratamento com medicações prescritas pelo psiquiatra e terapia a longo prazo.
A insegurança causada pelas crises de medo é real e ocasiona disfunções físicas no corpo, como tonturas e tremores, falta de ar, transtorno do sono, dificuldades de concentração, dores musculares e até mesmo problemas cardiovasculares (a longo prazo). O caminho para o tratamento é interdisciplinar, mas tem o foco na descentralização de si mesmo pelo trabalho de cura interior e no relacionamento com quem compõe o ambiente daqueles que sofrem com a doença. Quanto mais seguras as relações daquele que está acometido pela enfermidade, maior é a possibilidade de cura. Isso porque a confiança é essencial nas crises severas de medo, que costumam ser solitárias e acontecem de forma repentina.
Em alguns casos, o enfermo deseja sair de determinados lugares de maneira repentina e precisa da compreensão daqueles que estão ao seu redor até a medicação surtir efeito e a vida do sujeito conseguir seguir o seu fluxo de maneira regular. Vale ressaltar que além do tratamento medicamentoso, recursos como momentos de lazer, atividade física e manutenção do sono são essenciais para que a recuperação aconteça mais rápido. O foco de quem está com o transtorno nunca pode ser em si mesmo. Trabalhos voluntários também podem ser muito eficazes quando o tratamento já está em uma fase mais avançada.
O outono da vida: ventos que levam os excessos e trazem de volta o essencial
O sofrimento vivido pelo ser humano, aponta para além dele mesmo quando existe uma busca por sentido. Este é um dos ensinamentos de Viktor Frankl, judeu vienense que passou por três campos de concentração nazistas e fundou, a partir da própria experiência de vida, a logoterapia, vertente psicológica que estuda o sentido da existência e do sofrimento.
É possível, apesar de todo o sofrimento, reencontrar novamente aquilo que é essencial. Nos momentos de medo e de tensão, quando nos são arrancadas as muitas certezas que aparentamos ter, podemos, enfim, ir ao encontro do fio condutor da nossa existência: o Criador, que nos gerou à Sua imagem e semelhança unicamente por Amor. Ele é a nossa segurança e a nossa paz, ainda que os ventos contrários queiram nos retirar do eixo.
“Deixo a paz a vocês; a minha paz dou a vocês. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbe o seu coração, nem tenham medo” (Jo 14, 27).