Tô precisando?
Será que tô precisando mesmo, comprar mais um sapato ou uma blusa? É necessário trocar e me endividar com o celular da mais nova geração, pra ficar na moda? E essa viagem com a galera no feriado, vai rolar mesmo… ou tô indo porque todo mundo vai mesmo? Até que ponto paramos para refletir até onde vai nosso grau de consumismo e a satisfação própria em busca da “felicidade”, meio a tantas ofertas, novidades e promoções irresistíveis aos olhos e ao bolso.
Nada melhor que Zygmunt Bauman, para dá uma forcinha no assunto. O filósofo polonês, se mostra muito simples e claro em relação ao consumismo no mundo pós-moderno. Para ele a sociedade vive tempos de “modernidade líquida”, ou seja, consumista e banal. Tudo que olhamos, pode ser adquirido para o consumo, inclusive o outro, e principalmente nós mesmos que, devemos sempre aos olhos dos outros, estar como algo que merece ser visto, adquirido e consumido como uma mercadoria qualquer. Consumimos e somos consumidos.
No entanto, com o passar do tempo, essa identificação com o ato de consumir sem limites acaba criando nas pessoas uma insatisfação permanente, e é aí onde mora o perigo, pois as novidades não se esgotam: a todo instante surgem novas tecnologias, lança-se a moda do momento, o livro é lançado ao mesmo tempo à sua versão cinematográfica, e todos precisam participar de tudo, ninguém pode ficar de fora, pois todos têm, que usufruir de seu direito à felicidade de consumir, gerando forte dependência que afeta inclusive a nossa identidade. Não conseguimos nos firmar a nada. Tudo é líquido. Mudamos de identidade, descartamos o passado e procuramos novos começos. Com isso vamos descartando não só as coisas, mas vamos “coisificando” e descartando também as pessoas.
Já percebeu que quanto mais estamos buscando as “novidades novas” no mundo capitalista consumista, mais nos distanciamos do que é sólido em nossas vidas? Tradições, costumes, família, empregos duradouros e tantas outras coisas que não se abalam facilmente e não se modificam.
A sociedade de consumo nos ensina desenfreadamente, que devemos adquirir tudo o que há ao nosso redor para nos preencher, para ser feliz, mas com coisas passageiras. Que tal nos apegarmos mais com a coisas que não passam e nos consumirmos mais de Deus, deixar que Ele seja a nossa rocha, o nosso porto e esperança, nos ordenando realmente naquilo que necessitamos materialmente e espiritualmente para também, nós na vivencia do Amor, possamos ser um dia, um referencial sólido na fé.
Comprar ou não comprar?
Neste dia mundial do consumidor, que tal consumir um pouco mais de tempo e refletir, que tipo de consumidor eu sou?
Interessante.