Institucional

Testemunho: O que nos unia na terra ganhou mais força

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lia gomesOlá! Sou a Maria Auxiliadora,tenho 26 anos. Sou missionária da Comunidade Shalom, como Comunidade de Vida. Muitos me conhecem como Lia. Morava com minha familia em Santa Teresinha (PB) e conheci a Comunidade em Patos (PB). Vou partilhar com vocês algo que tem me marcado muito nesses seis anos na Comunidade: a grande diferença que faz a presença e o incentivo de minha mãe na minha vocação.

Tive minha primeira experiência com Deus em 25 de agosto de 2005 e minha vida tomou um novo sentido, mudou completamente. Em 2006 conheci a RCC e fiz meu Seminário de Vida no Espírito Santo. No inicio de 2007, iniciei um processo vocacional com a Canção Nova. Durou apenas quatro meses, mas foi de grande importância para mim. Nesse mesmo ano, conheci o Shalom através de um curso de violão. Me chamou atenção aquele lugar, as pessoas, as músicas, a forma como se vivia… Era um clima diferente!

Bem, com toda cautela de minha parte e toda poderosa ação da providência de Deus, fui conhecendo mais a Comunidade e meu coração se inquietou. No fundo, era exatamente aquilo que eu desejava viver. No início de 2008, recebi um convite para partir como jovem em missão. Fui rezar e Deus foi muito claro. A Palavra que Ele me mostrou foi em Gn 12,1-3. Logo no início, Deus disse: “Deixa tua terra, teus parentes e a casa de teu pai, para ir a terra que vou te mostrar.” Mais clareza que isso, impossível.

Com calma, partilhei com minha mãe o convite e o que Deus já estava me dizendo.  Detalhe importante: sou filha única da minha mãe, e morávamos apenas ela, minha avó e eu. A princípio, ela não gostou muito dessa história, mas a cada vez que partilhava com ela o que Deus me falava, percebia que aos poucos ela ia tendo um novo olhar e ia também acolhendo. Nunca impus minha vontade ou briguei com ela por causa disso. Quando rezava, pedia que se fosse da vontade de Deus a minha ida em missão, que Ele a firmasse também no coração da minha mãe.

Com uns dois meses, parti como Jovem em missão para Mossoró (RN), com a bênção e o apoio da minha mãe. Ali trilhei o caminho vocacional e ingressei na Comunidade, indo para São Luí (MA). Lembro que com dois meses que estava em Mossoró, minha avó faleceu e fui para o velório. Fiquei uma semana com minha mãe. Ao rezar, perguntava a Deus o que Ele queria, porque eu poderia voltar e ficar com ela, não seria errado, mas ao mesmo tempo, eu sabia que Deus havia me escolhido. Rezei, rezei, rezei e Deus não me dizia nada. Então, disse para o Senhor que conversaria com minha mãe e o que ela dissesse acolheria como Sua Vontade para mim. Meu coração estava angustiado com a ideia de  voltar e deixar a missão.

No início da conversa, quis saber como ela estava e o que ela havia pensado a respeito da nossa vida a partir dali. Para minha surpresa, ela olhou fixamente para mim e perguntou: “Você está querendo saber se quero que volte para casa?” Eu disse: “É !” E ela com toda convicção respondeu: “Não! Não quero que volte para casa, porque sei que esta é a vontade de Deus para sua vida!” A paz reinou em meu coração. Ali percebi que Deus havia firmado no coração da minha mãe Sua vontade a meu respeito.

Os anos foram passando e ela permaneceu muito próxima, feliz comigo e rezando sempre por mim e pela Comunidade. Nunca usou como pretexto o fato de estar sozinha em casa e por isso me pedir para voltar.

Em 2013, ela foi submetida a um cateterismo e pela providência de Deus pude estar com ela. Após alguns dias em casa, precisou ser hospitalizada, pois teve complicações e chegou a um grau de infecção muito alto. No nono dia de internação, tudo já estava bem estabilizado, tudo corria bem e só esperávamos sua liberação para irmos para casa. Na madrugada, ela passou mal, teve uma embolia pulmonar e veio a falecer. Eu estava ao seu lado, e naquele momento, Deus me disse: “Sua mãe deu a vida por você, por sua vocação, para que você não volte atrás!” Aquele momento foi muito profundo. Me vi sustentada pela graça de Deus de uma maneira tão forte que apesar de toda dor que vivia pela perda da minha mãe, a paz reinava em meu coração.

Hoje, tendo passado um ano da sua páscoa, testemunho a sua intercessão, o seu zelo por mim e pela Comunidade. Não me sinto só! Vejo que o que nos unia na terra ganhou mais força e hoje me arrasta para o céu. Sou grata a Deus por minha mãe, seu testemunho, seu amor, sua simplicidade e seu apoio à minha vocação. Tudo isso me impulsionou para ofertar minha vida a Deus e sempre me manteve muito segura de que não havia feito a escolha errada.

Lia Gomes


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