O mês de setembro é marcado pela campanha do ‘Setembro Amarelo’. É uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), que busca a conscientização e prevenção do suicídio. Como a depressão tem crescido assustadoramente entre os jovens e adolescentes, o assunto é delicado e deve ser tratado nas rodas de conversa. Para conhecermos a história de quem de fato passou por isso, a jovem Bárbara Mendes, testemunhou sua experiência nessa desafiadora fase da vida. Bárbara tem 20 anos, e é vocacionada da Comunidade Católica Shalom de segundo ano.
Ela conta que tinha acabado de ter seu encontro pessoal com Deus em um grupo jovem em julho de 2013. Estava muito bem, vivendo sua vida de fé, até que em meados de setembro do mesmo ano, entrou em um quadro de depressão associado ao toque (transtorno obsessivo compulsivo). “A maior parte da minha família por parte de mãe tem depressão e tenho um tio que já se suicidou por conta disso. Acho que o histórico familiar tenha contado para que tivesse essa tendência”, disse. Após a descoberta, Bárbara iniciou o tratamento, sempre apoiada em sua fé e acredita que isso tenha sido muito providencial. Apesar de não entender os motivos de passar por diversas dificuldades, ela sabia que Deus a ajudava todo instante.
Os sentimentos eram diversos. “Eu não conseguia demostrar afeto pelas pessoas da minha casa. Não conseguia estar perto daqueles que eu tanto amava e não realizava tarefas simples como ir ao shopping. Isso tudo começou a se tornar uma tortura para mim. Tinha muita dificuldade em estar em um ambiente com muitas pessoas.” Quando passava por crises o sentimento dela era de estar dentro de um furacão onde os pensamentos a jogavam de um lado pro outro. Na sua cabeça um turbilhão de emoções. “Quando eu tinha as crises eu sempre pedia que Nossa Senhora estivesse comigo e eu me sentia muito cuidada e olhada por ela.”
Sempre muito independente, ela se viu dependente de todos para tudo. “Eu virei uma criança novamente. Essa sensação me educou, porque me fez entender que não estou sozinha no mundo, que existe um Deus que olha por mim. Comecei a valorizar minha família e amigos. A depressão me tornou muito humilde, me ensinou a ser pequena diante das coisas. Aprendi que não me basto por mim mesma.”
Durante o seu tratamento em 2015, Bárbara conheceu a Comunidade Católica Shalom, onde revigorou sua juventude novamente. “A depressão tira a sua essência. Participar do acampamento de jovens e ir ao grupo de oração foi recordando muito a minha juventude, de quem eu era. Foi um processo de crescimento, onde fui uma criança e aos poucos fui crescendo.” Desde 2015, ela permanece em tratamento e percebe uma melhora significante. “Não dou o testemunho de alguém que venceu, mas sim de uma pessoa que passa por um processo de cura. O caminho que trilho hoje é o caminho da pequenez que Deus me deseja inserir e me fazer depender Dele. Isso me torna melhor.”
Ela diz ser muito apoiada e sustentada pela vocação, por aquilo que Deus a chama a viver. “Sou grata a Deus diante de todas as coisas que vivo e percebo que fui uma pessoa antes da depressão e hoje sou outra. Louvo a Deus por tudo que vivi. Antes achava que isso era ‘frescura’, que as pessoas viviam essa realidade porque não tinham a Deus. Fui percebendo que é uma doença como qualquer outra e que muitos santos passaram por noites escuras. Porque nós não iremos passar?”.
Bárbara deixa um conselho para as pessoas que passam por essa realidade: “Olhemos para esse tempo como um período que o Senhor deseja nos educar em determinadas áreas da nossa vida. Por mais difícil que seja, enxerguemos as coisas boas deste momento, porque vai passar. Tudo na vida passa. Peçamos a Deus a graça de enfrentar e não ter medo de procurar ajuda, porque Deus cura através dos profissionais.”
Por Bruna Fernandes
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