Para que exista uma autêntica cura nas relações é preciso fazer memória. “A memória é uma faculdade humana. O homem não só lembra; ele reflete sobre aquilo que lembra”, disse Rodrigo Santos, seminarista da Comunidade Católica Shalom que veio conduzir o II Aprofundamento Cura dos Relacionamentos, em Brasília, nos dias 22 e 23 de agosto.
O Shalom da EPTG (Estrada Parque Taguatinga Guará) recebeu 400 pessoas para o encontro que busca ser um auxílio para a vivência do perdão. Rodrigo começou a formação apresentando aos participantes quatro características das memórias doentes:
Generalista: “O amor não existe; vou desfrutar do prazer enquanto puder; eu não presto. A mente humana tem uma tendência a generalizar: se a moça foi traída pelo namorado pensa que nenhum homem presta. Esse tipo de memória pode até me proteger de feridas, mas me impede de experimentar o amor, de começar de novo”.
Memória seletiva: “Vamos falar só das coisas boas. Esse tipo de pessoa tem uma ideia superficial de si mesma e uma visão equivocada, parcial da realidade; vive no ‘mundo fantástico de Bob’. A pessoa madura é realista, sabe do seu valor, das suas virtudes e fraquezas”.
Memória congelada: “Não quero falar mais nisso. Coloquei uma pedra nessa história. Isso é uma escravidão cega, surda, silenciosa e mortal. É como alguém que prende uma fera selvagem dentro do porão da casa. O barulho da fera pode ser a agressividade, intolerância, temperamento difícil, depressão. Vai chegar um momento em que você não vai aguentar mais. Fugir das feras nas drogas, prostituição, busca de dinheiro, bens… O problema está dentro de você e não fora”.
Os que vivem do passado: “Bom é aquele tempo… Porque o presente é doloroso demais. Vivem numa alienação. Uma pessoa madura enfrenta os problemas. Um adulto enfrenta, não busca fugas, anestésicos. Não saia de algum lugar porque está fugindo do sofrimento: se fugir hoje, vai fugir sempre”.
Segundo Rodrigo, para ter uma memória curada a solução é oferecer uma resposta positiva aos acontecimentos que marcaram a história pessoal de forma negativa. Para isto não se pode assumir uma postura de vítima ou justificar os erros simplesmente por condicionamentos de feridas do passado.
Assumir uma postura madura perante os sofrimentos também foi a linha de reflexão do padre diocesano Wesley Macedo. Ele mostrou que a Santíssima Trindade é fonte para o bom relacionamento:
“O ponto de partida é a Santíssima Trindade. Ela é uma luz pra nossa vida, porque é pura relação. Somos imagem e semelhança da Trindade. Faz parte de nós a capacidade de amar. Essa realidade de relacionamento precisa partir de nós. Você não pode ir pra casa pensando que o seu relacionamento vai mudar com a conversão dos outros. Não pode pensar de modo alienado e desencarnado. O problema não está nos outros, mas em nós. Se você se entender como problema, você vai fazer o processo de conversão. Você é o grande problema e também a solução”.
O amor liberta
Na segunda formação do dia, Rodrigo falou sobre a afetividade. O amor é expressado por meio dela, mas se ela é vivida de forma desordenada, as relações também serão desordenadas, gerando uma dependência afetiva. “A pessoa com dependência afetiva é controlada ou controladora. Pensa que o outro é propriedade dela ou é coitadinha. Quando o relacionamento é sadio, satisfatório, os dois crescem. Todo relacionamento precisa ser enriquecedor”.
O II Aprofundamento Cura para os Relacionamentos continua neste domingo, 23 de agosto. Haverá confissões, oração, aconselhamento e atividades para crianças. Confira a programação:
09h – Acolhida e oração
09h45 – Pregação: Viver reconciliados
11h – Intervalo
11h30 – Santa Missa com oração de cura e libertação, presidida pelo padre Lucas Gonçalves
Imagens – Alessandra Tiburtino
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