A Comissão da Convenção dos direitos da criança reúne-se de 13 a 31 de Janeiro em Genebra para a sua sexagésima quinta sessão. Objectivo do organismo é examinar as relações que alguns Estados (Rússia, Alemanha, Portugal, Yemen) apresentaram sobre a aplicação da Convenção no seu território.
Trata-se de um pedido para todos os signatários – entre os quais a Santa Sé, que já em 1990 ratificou a Convenção, um dos primeiros que o fez – têm a obrigação de apresentar um relatório sobre a aplicação dos princípios e directrizes da Convenção. O Comité – declarou o arcebispo Silvano M. Tomasi, chefe da delegação da Santa Sé, numa entrevista à Rádio Vaticano – «apresenta as suas observações sobre o relatório, dando assim início a um diálogo entre o Estado interessado e os peritos do mesmo Comité». A Santa Sé participa neste exercício como os outros Estados, mas sobretudo «vê-o como uma boa ocasião para reafirmar os valores e os procedimentos da Convenção. Um momento útil para fazer progredir a protecção das crianças no mundo», afirmou Tomasi.
É muito conhecido o compromisso sempre feito pela Igreja a favor da infância. Como frisou o arcebispo Tomasi na intervenção pronunciada durante a assembleia do comité: «Muitas instituições católicas no mundo estão comprometidas a garantir uma ampla gama de importantes serviços sociais, médicos e educativos, acompanhando assim as famílias na formação e na protecção da infância». Violência e exploração da infância nunca podem ter justificação, quer se verifiquem em casa, na escola, nos ambientes desportivos ou nas organizações e estruturas religiosas. Mas esta, como frisou Tomasi, é a posição consolidada pela Santa Sé. Compreende-se isto das intervenções de João Paulo II, de Bento XVI e agora do Papa Francisco, que anunciou a criação da Comissão para a protecção dos menores, no corpo, na mente e no espírito.
Fonte: l`Osservatore Romano