Quantos anos você tem? 13? 30? 60? “Que pergunta inconveniente”, alguns pensarão, mas não importa a sua idade, pois em qualquer tempo da vida, esbarraremos em conflitos e perdas, que se não forem bem resolvidas dentro de nós, serão capazes de nos fazer afundar um profundo e frio oceano de culpa, isolamento e de uma visão distorcida dos acontecimentos e das pessoas. Às vezes lutamos contra a morte, mas ela virá, inexoravelmente. Ou pode ser que a luta seja contra uma perda que já aconteceu: uma separação, uma falência, uma dor que não pudemos evitar. E Isso se torna um monstro para nós. Daí nos afligimos, nos condenamos, nos subtraímos da vida das pessoas, nos isolamos, porém somos alguém que paradoxalmente grita por socorro… silenciosamente… Queríamos que essa dor desaparecesse, queríamos ser punidos para que ela passasse logo, mas a solução de tudo não está aí,… ” Meu Deus, onde estás???”
Humilde, forte e terrivelmente Deus emerge do meio daquele sofrimento agudo. Pede para vermos em todo aquele redemoinho não um monstro mas a Sua Cruz salvadora, a Sua Presença. Precisamos de fé para acolher essa verdade. Verdade: palavra-chave para termos a nossa cura, a nossa paz.
Então, quando admitimos que precisamos da Sua ajuda, da ajuda dos outros, e abrimos nossos baús, vemos Deus à nossa frente: imenso, porém à altura dos nossos olhos, abaixando-Se para nos acolher, consolar e amar com um amor Terrível!… Terrível ao ponto de perdoar o imperdoável, de curar o incurável, de alcançar o inatingível dentro de nós… Daí então, aquele monstro outrora horrendo, se torna incomparavelmente maior que a dor, que a morte e que as culpas que até então trazíamos. O Monstro agora destila o mel do amor e da ternura. Ele é aconchego, é fonte de Paz, da única Paz que nosso coração anseia…
A Cruz, outrora monstro, é o lugar onde encontro a mim mesmo e a Deus, onde meu olhar passa a enxergar o próximo e a mim sem o filtro da amargura mas com as lentes da esperança. Renasço. Respiro e exalo Paz. Tudo se faz novo. O medo dá lugar à esperança e à alegria, e o Monstro é, na verdade, Árvore da Vida.
Essa história contada no filme 7 Minutos Depois Da Meia-Noite e no livro do mesmo nome, fala de Conor, um menino de 13 anos (idade difícil… os meus, foram os piores 13 anos que eu conheço!) que tem um pesadelo que se repete todas as noites e que sofre muito ao ver sua mãe piorar a cada dia do câncer que adquiriu. Então um dia, exatamente às 00:07h, o teixo milenar do seu quintal se transforma num terrível monstro gigante que vai até a sua janela, agarra-o pela barriga e diz que virá ainda por 3 noites contar-lhe 3 histórias. Na quarta noite, no entanto, é Conor que contará a sua própria história. Vale a pena conferir a história de Conor… ou será a nossa história??