Ao ver a imensidão do pasto, meu coração pulsou em latente atração. Havia ali uma vastidão de possibilidades, felicidades… tudo parecia verdade. Parti então em busca dessa realidade, naquele pasto experimentei as delícias e as malícias, para mim essas eram as minhas primícias. Desfrutava de grandes deleites, mas em pouco tempo encerrava, e lá estava eu novamente imersa em um vazio, em um nada…
A sede aumentava e nada me saciava, por isso sempre ia mais fundo, buscando no pasto algo que preenchesse o meu buraco profundo. Encontrei então um vasto lago, com águas claras e flores ao redor, achei que ali havia o melhor.
Me banhei no lago durante todo o dia, tudo o que havia nele era alegria, era muito fácil saciar os anseios que a qualquer momento me surgiam. Mas à noite, descobri que dentro dele estava entregue à morte. Havia ali grandes predadores que, no momento certo, me dariam o bote.
Me sentia insegura, o medo e o vazio me levaram para uma grande penúria. A alegria passara como um vapor, já me esperava a morte como prêmio consolador.
Então vi o meu Pastor.
Meus olhos pareciam estar vendados, porem com muito esforço consegui ver suas vestes branca e Seu cajado. Com grande ternura, ouvi o meu nome ser chamado, queria ir ao Seu encontro, mas estava presa na lama do lago.
Ouvi Sua voz outra vez a me chamar, em uma grande luta tentava me soltar, mas era em vão, somente Ele poderia me tirar dessa aflição…
Pude. enfim, ouvir Seus passos e Seus pés entraram no lago, Ele tomou-me em Seus braços e eu o ouvia dizer o quanto foi bom ter me encontrado.
Enquanto andava, ia limpando a minha sujeira, com carinho alternava entre sermões e brincadeiras. Levou-me a uma montanha, me contava histórias diversas, mas sempre voltava para a nossa – pedia que eu jamais me esquecesse desta.
Do alto da montana me mostrou uma cidade, e com grande ternura no olhar me disse: Não tenhais medo, é lá que vou lhe guardar.
Cíntia Oliveira