Neste Dia dos Namorados (12), o casal Eduardo Barboza e Michele Vandoski partilharam um pouco de como foi o processo de namoro deles dentro da Comunidade Shalom, visto que se conheceram nela e hoje trilham um caminho vocacional na Comunidade. Confira:
Nós sabemos que vocês se conheceram no Shalom, mas em que momento vocês se tornaram próximos?
Nos aproximamos logo depois do Arraiá da Paz, a festa junina da Comunidade, começamos a conversar por WhatsApp e por meio disso a amizade foi crescendo.
A amizade cresceu e o coração balançou. Conta para gente como foi que vocês lidaram com o sentimento e fizeram prevalecer a vontade de Deus?
Michele: Por meio da vida de oração. Foi por meio da escuta da voz de Deus que fui percebendo que o todo sentimento que estava sendo gerado em meu coração, não era meramente coisa da minha cabeça ou uma carência momentânea. No início fui bem resistente a me abrir, pois por estar vivendo o meu processo de discernimento vocacional, não queria que nada me “tirasse o foco” desse caminho.
Mas à medida que ia rezando com o meu sentimento pelo Du, Deus foi convencendo o meu coração e fui vendo nele a vontade Deus para a minha vida, e com isso, fui percebendo também que ele seria um grande suporte para que a vontade de Deus também prevalecesse no discernimento da minha vocação.
Eduardo: confesso que foi um misto de ansiedade com calmaria, difícil entender né?
Vou explicar… Eu já havia me decidido pela vontade de Deus, escutá-la e colocá-la em prática, então sabia que de alguma forma ter conhecido a Mi já era um plano de dEle para mim, mas ainda sim queria escutar a voz de Deus e queria que Ele confirmasse se este sentimento que estava brotando no meu coração realmente seria para o Seu propósito.
Então partilhei com meu acompanhador e ele pediu para eu rezar com tudo que estava acontecendo e perceber nos detalhes a mão de Deus, além de ter Nossa Senhora como intercessora. Dito e feito, rezei e quanto mais rezava mais podia enxergar que isso estava nos planos do Pai para minha vida.
Como eu a Michele já conversávamos fui partilhando com ela tudo o que Deus ia falando, o que vinha ao encontro com o que Deus falava para ela. Logo, decidimos partilhar com os nossos acompanhadores, pois queríamos iniciar o caminho para o namoro, nos conhecer melhor e o mais importante, fazer a vontade de Deus.
Como foi o tempo de caminhada de vocês? Quanto tempo durou? Como souberam que estavam preparados para viver o relacionamento?
Começamos a conversar em junho, logo depois do Arraiá da Paz, claro que antes disso notamos um ao outro, mas nada de mais, pois nenhum de nós tinha pretensão de iniciar um relacionamento no momento, porém na medida em que os pensamentos começaram a bater, a busca pela céu e pela vontade de Deus, os planos para futuro, o jeito de pensar, o jeito de ser, percebemos que o sentimento foi mudando.
Ambos resistimos no começo, mas quando é vontade de Deus não temos dúvidas, foi então que resolvemos falar sobre nossos sentimentos.
Conversa vai conversa vem, quase dois meses se passaram e resolvemos partilhar com nossos acompanhadores, e foi pedido um tempo (um mês) para discernir o sentimento que estava surgindo e rezar com ele, a fim de saber se realmente era da vontade de Deus ou se era apenas carência. Esse mês passou e o sentimento só aumentou.
Voltamos a falar com nossos acompanhadores no aguardo pela liberação do caminho para o namoro. Alguns dias depois o caminho foi liberado, então tínhamos um dia na semana só nosso para rezar e conhecer um ao outro, íamos à missa, quando não dava devido a alguma realidade, rezávamos o terço ou fazíamos uma oração e depois partilhávamos sobre aspectos da nossa vida, o que Deus falava nas orações pessoais, para irmos percebendo juntos também o caminho que Ele ia nos conduzindo.
Tudo isso era feito no mais absoluto sigilo, então, além de nós, apenas nossos acompanhadores sabiam, pois não éramos namorados, então se não fosse da vontade de Deus e terminássemos o caminho, ninguém mais saberia.
Eduardo: passou o primeiro mês de caminho, tudo estava muito bom, até que no segundo mês a Michele começou a ficar diferente, eu escutava Deus falar para prosseguir, ter paciência, ser forte, mas pude perceber que havia algo de errado com ela, parecia que estávamos distantes.
Conversei com meu acompanhador sobre isso e ele me orientou a falar o que eu estava sentindo, neste momento achei que o caminho ia acabar, pois percebia que algo havia mudado.
Foi quando no nosso dia, no qual nos encontrávamos para rezar e conversar, preparado para terminar tudo se fosse preciso, falei o que sentia e perguntei se ela queria continuar caminhando comigo, a Mi confirmou que estava diferente e que algo havia mudado, ela não sabia o porquê, mas me olhou e disse que queria continuar.
Depois desse dia rezei mais ainda e pedi para que Deus me mostrasse o que fazer, e que se fosse realmente vontade dEle, me desse força para continuar e paciência para esperar.
Ia na capela quase todos os dias conversar com Deus, e em uma de minhas orações, Ele me recordou que há muito tempo eu estava procurando alguém para viver tudo isso comigo e em específico. Ele me fez lembrar de uma oração do passado na qual pedi alguém que amasse Deus mais do que qualquer coisa, alguém que eu precisasse batalhar para conquistar e que não fosse fácil, só assim saberia que iria valer a pena e que seria a vontade de Deus.
Então percebi que tudo aquilo era uma batalha espiritual, pois quando estamos no caminho de Deus somos tentados a desistir. Todas as vezes que estava angustiado ou triste pelo que estava acontecendo no nosso caminho, Deus me confortava com a seguinte frase: “calma, meu filho, tudo vai valer a pena”.
Michele: nesse período eu vivia um grande breu na vida de oração, não conseguia ouvir a Deus para essa área da minha vida, e isso foi se confrontando também com os meus medos e receios quanto a me relacionar com alguém.
Eduardo: um tempo depois as coisas começaram a mudar e durante uma adoração que estávamos fazendo no nosso dia, a Mi, que não estava conseguindo mais escutar a Deus sobre a vontade dEle para o nosso caminho, teve uma visualização, éramos eu e ela como um casal iluminado o qual era exemplo e evangelizava muitos outros. Então comecei a ter cada vez mais certeza da vontade de Deus e do significado da palavra paciência.
Em todo esse tempo nossos acompanhadores tiveram papel fundamental, pois nos ajudaram a ouvir a voz de Deus e perceber a obra dEle nos pequenos detalhes. Não foi fácil, mas com toda certeza valeu e vale a pena. Nos conhecemos por três meses, caminhamos por mais três e então saiu o discernimento do sim de Deus para o nós.
E chegamos aos dias de hoje. Conta pra gente como é a rotina do namoro de vocês? Já que o Eduardo se encontra no vocacional e a Michele já é postulante da Aliança. Quais a graças e os desafios de um namoro santo?
Diante das nossas realidade de trabalho, família e do que somos chamados a viver na vocação temos um dia na semana para estarmos juntos e rezarmos, claro que na medida do possível e quando surge uma oportunidade de estarmos juntos aproveitamos.
Acreditamos que existem muitos desafios, contudo Deus nos dá graça para viver cada um deles, por exemplo, a graça de organizar um cronograma para termos um dia só nosso, a graça de se doar e fazer renúncias um pelo outro, a graça de vivermos a castidade, mas, sobretudo, a graça de nos decidirmos todos os dias pela vontade de Deus no nosso relacionamento.
E se pudessem deixar um recado para quem se encontra ansioso para viver um relacionamento, o que diriam?
A medida da espera é a medida da alegria. Deus nos fez recordar essa frase em uma de nossas orações juntos no tempo de caminho. Se tem algum recado que podemos deixar para aqueles que desejam viver um relacionamento, é que tudo no tempo e na vontade de Deus é perfeito e que a espera Nele vale a pena.