Comemorar 10 anos de matrimônio é uma data muito importante para os casais, pois segundo a tradição alemã, completar as Bodas de Zinco, representa que o casal está mais “resistente” às adversidades.
O desejo em partir em missão de Karina Paixão e Fábio Souza (ambos postulantes da Comunidade de Aliança Shalom de Macapá – AP) surgiu quando a família acolheu em sua casa Juliana Daltoé, uma voluntária da Expedição de Julho de 2022 que retornava da experiência em Chaves na Ilha do Marajó (PA). “Desde então apresentamos ao Senhor o desejo que nos foi gerado após a partilha e colocamos em nossas orações”, conta Karina.
Uma filha no Céu
Anos atrás, ao pensar nas Bodas de Zinco , a família tinha feito planos com a filha Nathália de preparem uma grande festa de comemoração pela data. Um acontecimento veio a mudar tudo: Nathália fez sua páscoa repentina em 13 de abril de 2020.
A experiência com o céu de sua filha, que participava da Obra Shalom, despertou em Karina e Fábio o desejo de se ofertarem como família em ação de graças pela família que Deus constituiu e por todos os seus feitos.
Pais de Ludmilla e Gustavo, de respectivamente seis e nove anos, os missionários decidiram comemorar as bodas de zinco na missão de Chaves (PA).
Testemunho: Em meio a dor não cesse o nosso louvor
Após a reciclagem de setembro de 2022, onde o Fábio participou com a Viviane e o André (missionários da Comunidade Shalom de Chaves ), o desejo de partir em missão foi “tomando forma: dia, data e hora”.
A família conta que surgiram muitos desafios, desde problemas no carro, em que tiveram que arcar com gastos, até o aparecimento de enfermidades nas crianças. Mas apesar disso eles se mantiveram firmes: “Confiantes no Senhor e na Sua condução, seguimos em frente com os passos necessários para estarmos em Chaves”, afirma Fábio.
Em meio aos desafios, Karina e o esposo experimentaram a providência divina com relação a compra das passagens e de mantimentos, por meio da antecipação do seu salário.
Família Shalom
Durante os três dias que passaram em Chaves, a família ficou hospedada na casa dos missionários da Comunidade Vida, onde faziam suas refeições em comum.
“A experiência de estar com a Casa Comunitária foi de se fazer parte de uma grande família e se sentir em casa, sendo acolhidos dentro da nossa realidade missionária de família. Fomos acomodados em um local propício levando em conta a situação particular do zelo pela unidade familiar e o bem dos nossos filhos. A nossa experiência também passou pelo extraordinário, pois estávamos no período do SVES para os jovens e ainda assim tocamos na vivência da oferta de cada voluntário e de cada irmão da comunidade. Ademais, pudemos experimentar a alegria que vem do Senhor e sua divina providência em meios aos desafios enfrentados pela Casa, em meio à realidade local para se levar o Shalom do Pai ao povo sedento de Deus”, revela Fábio.
Uma família à serviço dos jovens
Nesses três dias do SVES para os jovens (Hoje Livre Sou – 15 a 17 de novembro) toda a família ficou engajada nos serviços, inclusive as crianças que ficaram na acolhida e animação do evento. Fabio serviu na música e nas artes, já Karina serviu na cozinha, ministrou a adoração.
“De forma especial o Senhor nos colocou no serviço pelos jovens, que são a primazia da nossa vocação e assim também nos possibilitou testemunhar a experiência de amor que vivemos com a nossa jovem Nathália (17), pois do mesmo jeito eu a nossa família fomos alcançados pela oferta e o serviço de outros. Agora nós também estávamos dando de graça o que de graça recebemos e ao mesmo tempo recebendo de volta as graças que o Senhor derramou naquele seminário”, afirma o casal.
“Assim também, servindo aos jovens, estávamos servindo às suas famílias”
Para eles, a presença de adultos participando do SVES revelou a necessidade da presença de famílias missionárias na região.
“Colhemos grandes frutos em ver nossos filhos alegres, empenhados na oferta e no serviço, e vivendo os desafios como verdadeiros missionários”, disse o postulante.
Para Viviane Barbosa, diretora do Espaço de Paz de Chaves, ter uma família em missão marcou a vida das crianças e dos jovens assistidos pela instituição que, segundo ela, em sua maioria não possuem um núcleo familiar bem estruturado.
“Foi uma experiência de irmos além de nós mesmos, nos permitindo ultrapassar as fronteiras do nosso círculo familiar, estender as tendas e amar, ensinar e cuidar dos que necessitam ser cuidados e amados. Isso nos renovou como esposo e esposa, nos inflamou nos deixando com desejo de viver com mais frequência a missionariedade em família. O Senhor nos confirmando aquilo que Ele gerou no nosso coração de família missionária” revelam eles.
Um apelo à oferta
Fábio e Karina são postulantes da Comunidade de Aliança de Macapá, onde servem no Projeto Família. Eles fazem um apelo para os casais missionários:
“Famílias não tenham medo de ofertar tudo à Deus, nada menos que tudo. Estejam abandonadas em Deus e abertos para Sua Divina Providência pois há mais alegria em dar do que receber e há um povo sedento de tocar nos testemunhos de famílias que alargam suas tendas e se ofertam em prol deste mesmo povo que o próprio Deus nos enviou a resgatar, cuidar e amar”, afirmam eles.
Para saber mais sobre os trabalhos de evangelização da Missão de Chaves (PA) acesse nosso perfil do Instagram @shalomchaves .
Por Socorrinha Mouta