Dom Orani João Tempesta
Nodia da Apresentação de Nossa Senhora, neste ano na véspera daSolenidade de Cristo Rei, comemoramos o Dia “das Religiosas deClausura”. É uma boa oportunidade para abrirmos nossas mentes e valorizar essa bela vocação na Igreja e descobrir sua importância no mundo.
Todosos cristãos têm a vocação de viver a vida na oração e no trabalho, ouseja, na missão e na vida de oração. Assim, também a Igreja necessitada vocação missionária radical e daquelas e daqueles vocacionados paraa intercessão orante e penitente. Em todos nós devem estar a ação e acontemplação, a oração e o trabalho, porém, como Igreja, agradecemos aDeus a existência de pessoas que fazem de suas vidas a ação pela oraçãoe penitência constante. É o mistério da vocação “de clausura”, chamadode Deus, que leva a pessoa a uma doação tal que a faz feliz em suamissão e disponível para o serviço do Reino.
Asnossas irmãs que vivem na clausura, como nos recorda o Papa Bento XVI,são uma “autêntica central de energia espiritual que se alimenta dafonte da contemplação, sob o exemplo da oração à qual Jesus se dedicavana solidão”, e exatamente por esse motivo estão em grau de olhar a simesmas, aos outros, à história dos homens e das mulheres com os olhosmisericordiosos de Cristo. “Não abdica ao seu modo de ver, mas aprendea ver verdadeiramente passando de uma perspectiva subjetiva – o seuestar diante de Cristo por todos – a uma perspectiva de conjunto,tentando ver o que vê Cristo, porque amar é olhar na mesma direção, émorar no mesmo olhar (Edith Stein). Isso significa entrar nascoordenadas de Cristo, habitar nas suas vísceras de ternura, estar namesma lágrima, aprender a ver no espírito das bem-aventuranças,contemplar a realidade suspensa entre o céu e a terra, tornando a ver,como o bom samaritano, quem para muitos é simplesmente invisível.
Lembra-nos a Intrução Verbo sponsa, nº 6 “pelasua específica chamada à união com Deus na contemplação, as monjas declausura encontram-se plenamente na comunhão da Igreja, tornando-se umsinal singular da união íntima com Deus de toda a comunidade cristã.Através da oração, particularmente pela celebração da liturgia, e dasua imolação quotidiana, elas intercedem por todo o povo de Deus eunem-se à ação de graças que Jesus Cristo eleva ao Pai (cf. 2 Cor 1,20;Ef 5,19-20)”.
Nestedia, memória da Apresentação de Nossa Senhora, a Igreja pede, hácinquenta anos, que dediquemos a nossa oração àquelas que sempre estãoa rezar por todos nós, e que concretizemos a nossa oração fazendotambém uma generosa oferta aos nossos Mosteiros.
Comodisse ainda Bento XVI: “Em virtude da primazia absoluta reservada aCristo, os mosteiros estão chamados a ser lugar nos quais se realize acelebração da glória de Deus, se adore e se cante a presença divina nomundo, misteriosa, porém real; trata-se de viver o mandamento novo doamor e do serviço recíproco, preparando assim ‘a revelação final dosfilhos de Deus’ ” (cf. Rm 8, 19).
Disseainda o Papa: “Possam os mosteiros ser sempre cada vez mais oásis devida ascética, onde se percebe o fascínio da união esponsal com Cristoe onde a opção pelo Absoluto de Deus se encontra envolvida por um climaconstante de oração e de contemplação”.
Por todas essas razões, em mais esta Jornada “Pro Orantibus”,unamo-nos ao reconhecimento grato de toda a nossa Arquidiocese a essasirmãs que, como oferenda perfeita, buscam ser quotidianamenteagradáveis ao Senhor.