Dom José Alberto Moura
Vivemosnum contexto social de muitas “éticas” até confrontantes. As desculpaspara não se seguirem valores inerentes à natureza e a verdadesobjetivas são muitas. A título de se ser moderno ou não retrógradopassa-se, não raro, por cima da verdade e do direito em função domodismo ou da satisfação pessoal. Compromissos com valores da dignidadehumana, da família, do sexo, do respeito aos indefesos, do meioambiente e do bem comum ficam para os que são formados e assumem aaltivez de caráter como valor acima de outros interesses.
Naordem afetiva, sentimental e sexual se fica muito à mercê da propagandae dos desejos impulsionados pela libido e pela sensorialidade. Taisdesejos nem sempre são canalizados por valores que orientam a pessoa àconsecução da felicidade como conjugação do prazer momentâneo e aqueleda realização de um ideal de vida. Fixando-se mais no animalesco do queno sentido da vida plenificado com valores éticos, morais e sociais, apessoa está sujeita à irracionalidade do uso e da busca do prazermomentâneo como sendo isto absoluto. Nessa direção, a pessoa se tornainsaciável e não encontra no prazer momentâneo um sentido mais elevadoe realizador da vida.
Natrilha e na busca de sentido para a convivência matrimonial, pode haverledo engano de realização humana, quando homem e mulher não se uniremem vista de uma real vocação conjugal. O impulso para o casamento,baseado unicamente no sensorial ou no desejo de os dois se gratificaremna complementaridade afetiva e sexual, frequentemente pode ser rompidocom algum desequilíbrio de doação de um pelo outro. Havendo, porém, emambos, a consciência e o pacto de mútua ajuda para conseguirem um idealde vida por motivo de um sentido de vida maior, dá-se base defecundidade na vocação matrimonial. Para isso, é preciso orientação eformação para o valor do casamento como verdadeira vocação. Preparaçãopara tanto é fundamental.
Casocontrário, viveremos cada vez mais a panacéia de uniões que não levam àrealização das pessoas que se casam, com as consequências muitas vezesdanosas para tantos filhos! Não à toa Jesus Cristo fala da união parasempre do casamento entre homem e mulher, para a busca da felicidade,que está num ideal de vida buscado perenemente. A bênção divina está nobojo de tal encaminhamento. Mas é preciso, nessa direção, haverpreparação, vontade e responsabilidade de construção da vida a doispara valer.
Nada,assim, vai tirar o casal do sério de uma vida de amor e doaçãoautênticos. Meios coadjuvantes para isso encontramos na ordem natural esobrenatural: diálogo, compreensão, boa vontade, colaboração,valorização do outro, perdão, oração, meditação na Palavra de Deus,sacramentos, aceitação das observações do outro, aconselhamento…
Muitossão os obstáculos para que o amor matrimonial corra nessa perspectiva.A influência do paganismo, da mediocridade, falta de formação einfluência de grandes meios de comunicação materialistas dificultam ajuventude a se pautar na vida por valores acima apresentados. Aliás, nasociedade vemos duas vocações de fundamental importância: a família e apolítica. Justamente para as duas há muita falta de preparo! Asconsequências são óbvias!
APalavra de Deus nos auxilia para valorizarmos a vocação matrimonial:“Maridos, amai as vossas mulheres, como o Cristo amou a Igreja e seentregou por Ela… Assim é que o marido deve amar a sua mulher, comoao seu próprio corpo… Por isso o homem deixará seu pai e sua mãe e seunirá à sua mulher e os dois serão uma só carne” (Ef 5, 25.28.31).