No quarto domingo de agosto, a Igreja celebra o chamado à vida religiosa e consagrada. Como diz nosso fundador, Moysés Azevedo, a Igreja Católica é um grande jardim, onde cada rosa é um carisma que, seguindo suas características próprias, contribui com a evangelização da humanidade.
Para aprofundar a compreensão da missão dos consagrados no imenso jardim da Igreja, o comshalom.org reuniu frases dos três papas: São João Paulo II, Bento XVI e o atual pontífice, Papa Francisco.
A seguir, confira as recomendações:
1. Amor à vida de oração
“Animem-se, pois, todas as almas consagradas à vida contemplativa, dado que a Igreja e o mundo — mundo que a Igreja deve evangelizar — recebem não poucas luzes e força do Senhor, em virtude da sua vida escondida e orante; e, seguindo o exemplo da Serva do Senhor, de humildade, de escondimento e de comunhão contínua com Deus, avivem o amor à própria vocação de almas consagradas à contemplação“, São João Paulo II, 22 de maio de 1988.
2. Ter Maria como modelo
“Assim, se intensificardes o empenho por viver integralmente a vossa consagração, com o olhar fixo no modelo sublime d’Aquela que foi perfeitamente consagrada a Deus, a Mãe de Jesus e Mãe da Igreja, a eficácia do vosso testemunho evangélico aumentará e, como consequência disso, tirará proveito a pastoral das vocações”, São João Paulo II, 22 de maio de 1988.
3. Ser testemunhas do Cristo
“Sim, é preciso apresentar aos jovens o rosto de Cristo contemplado na oração e ternamente servido nos irmãos com amor gratuito. Devemos estar persuadidos de que “não será uma fórmula a salvar-nos, mas uma Pessoa” (Novo millennio ineunte, 29). Jesus garante-nos: ‘Eu estarei convosco, até ao fim do mundo’ (Mt 28, 20). Não devemos apenas “falar” dele, mas devemos “mostrá-lo”, com o testemunho destemido da fé e da caridade”, São João Paulo II, 21 de setembro de 2001.
4. Não se esquecer que o chamado é um dom
“Queridos irmãos e irmãs, nunca vos esqueçais de que a vida consagrada é dom divino, e que em primeiro lugar é o Senhor que a guia a bom termo segundo os seus projetos. Esta certeza de que o Senhor nos conduz a bom fim, apesar das nossas debilidades; esta certeza deve servir de conforto, preservando-vos da tentação do desencorajamento diante das inevitáveis dificuldades da vida e dos numerosos desafios da época moderna”, Bento XVI, 2 de fevereiro de 2007.
5. Resplandecer Jesus
“Queridos consagrados e consagradas, ardei nesta chama e fazei-a resplandecer com a vossa vida, para que, em toda a parte, brilhe um raio da luz irradiada por Jesus, esplendor de verdade”, Bento XVI, 2 de fevereiro de 2007.
6. Proclamar o amor de Deus
“Na contemplação e na atividade, na solidão e na fraternidade, no serviço aos pobres e aos últimos, no acompanhamento pessoal e nos areópagos modernos, estai prontos para proclamar e testemunhar que Deus é Amor, como é agradável amá-lo”, Bento XVI, 2 de fevereiro de 2007.
7. Viver o mistério das gerações
“E inclusive na vida consagrada vivemos o encontro entre os jovens e os anciãos, entre observância e profecia. Não as vejamos como se fossem duas realidades opostas entre si! Pelo contrário, permitamos que o Espírito Santo anime ambas, e o sinal disto é a alegria: o júbilo de observarmos, de caminharmos numa regra de vida; e a alegria de sermos orientados pelo Espírito Santo, nunca rígidos, jamais fechados, mas sempre abertos à voz de Deus que fala, que abre, que conduz e que nos convida a caminhar rumo ao horizonte”, Papa Francisco, 2 de fevereiro de 2014.
8. Permanecer firme no Senhor
A vida consagrada, se permanecer firme no amor do Senhor, vê a beleza. Vê que a pobreza não é um esforço titânico, mas uma liberdade superior, que nos presenteia como verdadeiras riquezas Deus e os outros. Vê que a castidade não é uma esterilidade austera, mas o caminho para amar sem se apoderar. Vê que a obediência não é disciplina, mas a vitória, no estilo de Jesus, sobre a nossa anarquia”, Papa Francisco, 1º de fevereiro de 2020.
9. O que acontece quando se perde a centralidade de Deus?
A vida consagrada, quando deixa de girar em torno da graça de Deus, retrai-se no próprio eu: perde impulso, acomoda-se, paralisa. E sabemos o que acontece depois! Reivindicam-se os espaços próprios e os direitos próprios, deixamo-nos cair em críticas e murmurações, indignamo-nos pela mais pequena coisa que não funcione e entoamos a ladainha da lamentação – as lamúrias; tornamo-nos o «padre lamúrias», a «irmã lamúrias» – acerca dos irmãos, das irmãs, da comunidade, da Igreja, da sociedade”, Papa Francisco, 1º de fevereiro de 2020.
10. Ser capazes de esperar em Deus
Ainda somos capazes de viver a expectativa? Não ficaremos às vezes demasiado ocupados conosco próprios, com as coisas e os ritmos intensos de cada dia, a ponto de nos esquecermos de Deus que sempre vem? Porventura não estaremos demasiado enlutados com as nossas obras de bem-fazer, arriscando-nos a reduzir a própria vida consagrada e cristã às «muitas coisas a fazer» e negligenciando a busca diária do Senhor? Não correremos por vezes o risco de programar a vida pessoal e a vida comunitária com base no cálculo das possibilidades de sucesso, em vez de cultivar com alegria e humildade a pequena semente que nos foi confiada, na paciência de quem semeia sem esperar recompensa e de quem sabe esperar pelos tempos e as surpresas de Deus? Às vezes – temos de o reconhecer – perdemos esta capacidade de esperar“, Papa Francisco, 2 de fevereiro de 2024.