O Papa Leão XIV celebrou a primeira Missa de seu pontificado na manhã desta sexta-feira, nove de maio, na Capela Sistina junto aos demais cardeais. Em sua homilia, o Pontífice meditou sobre as palavras de Pedro a Jesus: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16).
“Meus irmãos cardeais, ao celebrarmos esta manhã, convido-os a refletir sobre as maravilhas que o Senhor fez, as bênçãos que o Senhor continua a derramar sobre todos nós por meio do Ministério de Pedro. O Senhor me chamou para carregar essa cruz e realizar essa missão, e sei que posso contar com cada um de vocês para caminhar comigo, continuamos como Igreja, como uma comunidade de amigos de Jesus, como fiéis para anunciar a Boa Nova, para anunciar o Evangelho.”
Refletindo sobre o tesouro da fé contido na declaração de Pedro, Leão XIV reforçou que este é o patrimônio guardado pela Igreja ao longo dos séculos.
Este tesouro agora “é confiado também a mim, para que eu seja um fiel administrador a favor de todo o Corpo místico da Igreja, de modo que esta seja sempre mais cidade colocada sobre o monte (cfr Ap 21,10), arca de salvação que navega através das ondas da história, farol que ilumina as noites do mundo. E isso não tanto pela grandiosidade de suas estruturas, mas pela santidade dos seus membros”.
Urgência da missão
O Pontífice também meditou sobre os desafios de se viver a fé na atualidade e reforçou a urgência da missionariedade neste contexto.
“Não são poucos os contextos em que a fé cristã é considerada algo absurdo destinada a pessoas débeis e pouco inteligentes; contextos em que a ela preferem-se outras seguranças, como a tecnologia, o dinheiro, o sucesso, o poder e o prazer.”
De acordo com ele, os fiéis são muitas vezes ridicularizados nestes ambientes. “No entanto, precisamente por isso, são lugares onde a missão se torna urgente, porque a falta de fé, muitas vezes, traz consigo dramas como a perda do sentido da vida, o esquecimento da misericórdia, a violação da dignidade da pessoa, a crise da família e tantas outras feridas das quais a nossa sociedade sofre, e não pouco”.
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Mundo que nos é confiado
Leão XIV lembrou que mesmo entre os que dizem crer em Jesus existe o risco do ateísmo prático.
“Ainda hoje, não faltam contextos nos quais Jesus, embora apreciado como homem, é simplesmente reduzido a uma espécie de líder carismático ou super-homem, e isto não apenas entre quem não crê, mas também entre muitos batizados, que acabam por viver, a este nível, num ateísmo prático.”
Mas reforçou que somos chamados a evangelizar neste contexto, apresentando a alegria do Evangelho, como insistiu inúmeras vezes seu predecessor, Papa Francisco. “Este, portanto, é o mundo que nos está confiado e no qual, como tantas vezes nos ensinou o Papa Francisco, somos chamados a testemunhar a alegria da fé em Jesus Salvador”.
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