Formação

7 virtudes do orçamento financeiro

A autêntica conversão passa pelo bolso. Veja como exercitar as virtudes na administração dos seus bens.

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O Papa Francisco tem afirmado repetidas vezes que a conversão passa pelo bolso. “Quando a conversão chega lá, então sabemos que é uma verdadeira conversão. Se ficar só nas palavras, nos gestos, não é uma boa conversão”, disse o Pontífice em uma de suas catequeses em 2019. Por isso, trouxemos uma lista com sete virtudes que você pode exercitar na administração dos seus bens. De acordo com a consagrada da Comunidade de Aliança e mentora de finanças, Gigliola Sena (@gigliolasena), estas virtudes são o segredo para um orçamento financeiro ordenada.

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Temperança

O Catecismo da Igreja Católica define a temperança como “a virtude moral que modera a atração pelos prazeres e procura o equilíbrio no uso dos bens criados. Ela assegura o domínio da vontade sobre os instintos e mantém os desejos dentro dos limites da honestidade”. Sendo assim, a temperança é a virtude adequada para ser aplicada na administração das necessidades. Com ela, é possível combater as tentações do hedonismo e do consumismo.

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Prudência

“O sábio de coração será chamado prudente” (Pr 16,21). O Catecismo ensina que “a prudência é a virtude que dispõe a razão prática para discernir, em qualquer circunstância, nosso verdadeiro bem e para escolher os meios adequados para realizá-lo”. A prudência guia nossas decisões para a vontade de Deus.

Faz parte também desta virtude a previdência. A Bíblia traz vários exemplos de pessoas previdentes. Um deles, José do Egito, estocou trigo no tempo da fartura e, por isso, teve recursos para o período da fome. Traduzindo para os termos atuais, ser previdente seria organizar uma reserva de emergência. Porém, sem cair na idolatria ao dinheiro e na avareza.

Sabedoria

A sabedoria de coração governa muitas virtudes. Nesse sentido, a verdadeira sabedoria canaliza a inteligência para amar e servir a Deus. Assim, vista sob a perspectiva do orçamento financeiro, buscar esta virtude seria dedicar meios para alimentar a inteligência com conteúdos que nos ajudem a amar mais e servir melhor a Deus.

Gratidão

A virtude da gratidão integra duas ações: reconhecer e retribuir. Para reconhecer, é preciso enxergar aqueles bens que temos e que são dignos de gratidão. Dito de outra forma, enxergar as graças que Deus nos deu, o esforço constante do cônjuge, a dedicação e carinho dos pais, entre outros. E então retribuir, proporcionar aos outros a alegria que merecem. Portanto, na lógica do orçamento, a vivência da gratidão corresponde à devolução do dízimo (retribuição a Deus pelos dons que Ele nos dá) e aos presentes que proporcionamos de tempos em tempos as pessoas que amamos, bem como as doações que fazemos.

Justiça

“A justiça consiste na constante e firme vontade de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido”, ensina o Catecismo. Ela é uma das virtudes cardeais. Um dos deveres de justiça é o descanso. Ensinava São João Paulo II, “o homem tem que imitar a Deus tanto trabalhando quanto descansando, pois Deus mesmo quis apresentar-lhe a própria obra criadora sob a forma de trabalho e de descanso”. E São Josemaria Escrivá: “o descanso não é opcional, é um dever da lei moral natural e um preceito da Igreja, estabelecido como parte constitutiva da santificação das festas”.

Portanto, saber reservar parte do seu orçamento para o descanso e lazer da família é também uma forma de viver a virtude da justiça. Vale lembrar que descanso não se trata de ócio e moleza. Se assim fosse, não seria virtude. Descansar significa afastar-se das tarefas diárias para retomá-las com mais vigor e disposição. Dito de outra forma, é mudar de ocupação.

Autocontrole

O autocontrole ou autodomínio é a porta para fugir das tentações do consumismo. Na busca pela vivência do autocontrole nasce outra virtude, a sobriedade. Nesse sentido, ele nos ajuda a saber viver com o que é necessário e justo, sem cair na busca por bens supérfluos.  

Fortaleza

“A fortaleza é a virtude moral que, no meio das dificuldades, assegura a firmeza e a constância na prossecução do bem”, ensina o Catecismo. Dessa forma, a virtude da fortaleza nos ajuda a priorizar o bem dentro do orçamento financeiro. Por exemplo, se hoje a sua prioridade é quitar uma dívida, a fortaleza vai ajudar você a se manter firme nesse propósito, mesmo diante das dificuldades do caminho.


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