Igreja

João Paulo I, o novo beato da Igreja Católica

A beatificação de Albino Luciani acontece neste domingo, 4 de setembro, na Praça São Pedro com o Papa Francisco.

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(Acervo)

Conhecido como ‘Papa do Sorriso’, Albino Luciani é o sexto Papa do século XX a passar pelo processo de beatificação. Ele foi eleito pontífice em 1978. Pouco mais de um mês no cargo, o Papa João Paulo I morreu vítima de um ataque cardíaco. Quatro já foram canonizados: João Paulo IIJoão XXIIIPaulo VI e Pio X.

“Com o sorriso, o Papa Luciani conseguiu transmitir a bondade do Senhor. É bela uma Igreja com um rosto alegre, sereno e sorridente, que nunca fecha as portas, que não se lamenta nem guarda ressentimentos, não se apresenta com modos rudes, nem padece de saudades do passado”, plavras do Papa Francisco na homilia da Santa Missa de Beatificação do Papa João Paulo I.

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Milagre para beatificação aconteceu na Argentina

O milagre atribuído a intercessão do Papa João Paulo I foi registrado em 23 de julho de 2011 em Buenos Aires, na Argentina. Uma menina de 11 anos se recuperou inexplicavelmente de uma encefalopatia inflamatória aguda grave e de um quadro descrito pelos médicos como epilepsia maligna refratária e choque séptico, após vários meses de internação e com prognóstico muito negativo.

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A menina se recuperou após sua vida ter sido confiada à intercessão do Papa João Paulo I. Esta inciativa foi responsabilidade do pároco da paróquia à qual pertencia ao hospital. Os médicos não conseguiram encontrar nenhuma explicação científica para a recuperação da menina.  

O Papa do Sorriso

Apesar do curto pontificado, o Papa João Paulo I entrou no coração de milhões de pessoas pela simplicidade, humildade e um sorriso evangélico. Desta forma, a fama de santidade se espalhou rapidamente. Muitas pessoas simples pediram a abertura do processo de canonização. Em 1990, os 226 bispos da Conferência Episcopal Brasileira também assinaram uma petição solicitando a apresentação da causa ao então Papa João Paulo II. 

Durante o processo de beatificação foi colhido testemunhos de 21 pessoas sobre o período do pontificado e a morte de João Paulo I. Uma das testemunhas ouvidas foi o Papa Bento XVI. Foi a primeira vez que um Pontífice emitiu um testemunho sobre um predecessor. 

Vigílias de oração e outras atividades

Em preparação à cerimônia de beatificação, a comunidade também realizou vigília de oração a partir das 20h30 locais do sábado (3), na Igreja de São João Batista. Uma vigília que se repete em Roma, mas a partir das 18h30, na Basílica de São João de Latrão, presidida pelo cardeal Angelo De Donatis, vigário geral de Sua Santidade para a diocese de Roma. Na Basílica, que custodia a Cátedra do Bispo de Roma, João Paulo I tomou posse em 23 de setembro de 1978. O momento de oração foi animado por cantos e leituras de trechos do magistério.

Ainda como parte da programação festiva de beatificação, o Museu e a Casa Natal de Albino Luciani – sempre em Canale d’Agordo – ficarão abertos para visitação com horário da manhã até o final da tarde, sem fechar no almoço. 

Na tarde do domingo seguinte, 11 de setembro, na Praça Papa Luciani na terra natal do já então Beato, será realizada missa solene de Ação de Graças na presença dos bispos da região italiana do Vêneto. O evento será transmitido ao vivo na página da Paróquia Canale e Vallada no Facebook.

Citações do Santo Padre

“Irmãos, irmãs, o novo Beato viveu assim: na alegria do Evangelho, sem cedências, amando até ao extremo. Encarnou a pobreza do discípulo, que não é apenas desapegar-se dos bens materiais, mas sobretudo vencer a tentação de me colocar a mi mesmo no centro e procurar a glória própria. Ao contrário, seguindo o exemplo de Jesus, foi pastor manso e humilde. Considerava-se a si mesmo como o pó sobre o qual Deus Se dignara escrever. Nesta linha, exclamava: ‘O Senhor tanto recomendou: sede humildes! Mesmo que tenhais feito grandes coisas, dizei: ‘somos servos inúteis’”.

Por fim Francisco concluiu a homilia recordando:

Com o sorriso, o Papa Luciani conseguiu transmitir a bondade do Senhor. É bela uma Igreja com um rosto alegre, sereno e sorridente, que nunca fecha as portas, que não exacerba os corações, que não se lamenta nem guarda ressentimentos, que não é bravia nem impaciente, não se apresenta com modos rudes, nem padece de saudades do passado, caindo no ‘retrocedismo’. Rezemos a este nosso pai e irmão e peçamos-lhe que nos obtenha ‘o sorriso da alma’; aquele transparente, aquele que não engana: o sorriso da alma, servindo-nos das suas palavras, peçamos o que ele próprio costumava pedir: ‘Senhor, aceitai-me como sou, com os meus defeitos, com as minhas faltas, mas fazei que me torne como Vós desejais’”.  

-Fonte: Vatican News


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