“Mistério de Cruz e Ressurreição, Alegria sem fim…” Deus me deu a graça de ser mãe de cinco filhos, cada um com sua história de amor: Giovanni, nascido aos oito meses de gestação às pressas; José Felipe, amado filho do coração; Daniel, mais que especial; Clara e Júlia, gêmeas.
Bem, já tinha o Giovanni e depois de quatro anos tentando engravidar, em adoração, pedi ao Senhor o milagre da gestação e com pouco tempo minha súplica é atendida, engravido de Daniel e em seguida sai a guarda (adoção) do José Felipe.
Quando o Daniel estava com 1 ano e 2 meses, descobrimos que ele estava com um tumor no cérebro. Começamos com seu tratamento médico que incluiu 42 (quarenta e duas) sessões de quimioterapia e a cirurgia no dia 17 de novembro de 2010, dia do aniversário de Daniel, completando dois anos de vida.
Foi um tempo de abandono, de reconhecer o nosso nada e ver as promessas de Deus e também o cuidado dos irmãos de Comunidade. Neste tempo, também pudemos contemplar a misericórdia de Deus nas nossas vidas, de perceber o cuidado de Deus, de olhar a dor das outras mães e reconhecer que Deus estava na frente de tudo.
Certo dia durante uma das sessões de quimioterapia uma mãe olhou pra mim e disse: “Você está grávida com seu filho desse jeito?” Respondi: “Sim, e de gêmeas e tenho mais dois”. Nessa hora o rosto dela muda, ela diz: “Estou envergonhada, fiz laqueadura por pensar que não consigo ter mais filhos”, e ela olhando para o marido que lá estava: “Amor, vamos desfazer a laqueadura, podemos ter outro filho”. Foi um tempo de contemplar a misericórdia de Deus nas nossas vidas.
No ano de 2017, após um período de muitas internações devido às crises convulsivas, descobrimos que seria necessário uma nova cirurgia para retirada de um novo tumor, sentimos aqui, eu e meu esposo (Júnior), que não era motivo de aflição, mas de silenciar como Maria e no silêncio oferecer essa dor. Quanto Deus fez na vida do meu esposo e na minha. Contemplamos o amor de Deus, a presença forte de Maria, a beleza de saber esperar abandonado em Deus, reconhecendo nosso nada e a grandeza de Deus.
E justamente no mês de maio de 2018 a cirurgia acontece, neste intervalo peço ao Padre Moacir Anastácio para abençoa-lo, e logo após a benção digo: “Senhor, o filho é teu, está em tuas mãos”. Neste momento, sentimos uma Alegria, uma Paz tão grande, alegria do céu.
Após a cirurgia, ele não demonstrou nenhuma dor, estava pacificado. Na UTI do Hospital de Base, rezava pelas demais crianças e a paz reinava em meu coração. Quando ele foi transferido para o quarto, uma mãe olhou pra mim e disse: “Eu queria ter a sua força”. Respondi: “Você tem, você é MÃE e Deus dá uma graça sobrenatural a todas as mães”. Isto gerou grande louvor, alegria de SER mãe, de contemplar o céu, alegria de ver Deus em cada criança ali no hospital.
Deus me fez entender que Maria ficou pacificada em meio a dor do seu Filho, seu coração transpassado de dor só exalava Paz e Amor, porque Maria gerou o próprio Amor. Amor que gera paz e alegria.
Por Márcia Mendes
Consagrada da Comunidade de Aliança
