A exortação apostólica pós-sinodal do Papa Francisco “Christus Vivit” foi o documento estudado durante o encontro formativo CACV, que reuniu missionários da Comunidade de Aliança e da Comunidade de Vida Shalom da missão de Sobral. Cerca de 300 membros da Comunidade participaram do encontro nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro, no Centro de Convenções, em Sobral.
As formações que tiveram como tema central a evangelização e o amor aos jovens foram conduzidas por Socorro Suzuki, missionária da Comunidade de Aliança Shalom em São Luís (Maranhão). O CACV também contou com a presença e a partilha da co-fundadora da Comunidade Shalom, Emmir Nogueira.
Uma vocação para os jovens
Nascida no meio dos jovens, a vocação Shalom tem a missão de ter para com a juventude um amor especial, já que eles (os jovens) são primazia do carisma. “Somos um povo consagrado em vista de uma missão. Nossa cabeça e nosso coração precisam ser jovens. A verdadeira juventude é ter o coração capaz de amar”, ressalta Socorro a partir do texto do papa.
A missionária lembra ainda que o Sínodo é um apelo da Igreja para a urgência da evangelização dos jovens. “Quando a Igreja grita é porque é urgente. O que estamos fazendo diante de tantas realidades, inclusive de jovens que tiram a própria vida?”, reflete.
Em sua pregação, Socorro Suzuki explicou que o primeiro chamado que o papa faz aos jovens e a toda a Igreja é a renovação da esperança. “Cristo vive e nos quer vivos! Ele é a nossa esperança e a mais bela juventude deste mundo”, afirma. É preciso clamar o Espírito Santo de Deus para cultivarmos os mesmos sentimentos de Jesus, que se deixava conduzir com amor e misericórdia.
Ser jovem é experimentar a esperança
“Ser jovem mais do que uma idade, é um estado do coração. É preciso voltarmos ao essencial do primeiro amor, voltarmos à experiência primeira”, completa a missionária. Além disso, o papa Francisco nos convida a ter um coração humilde e confiante. “Jesus nos disse que o maior entre nós seja o menor, o que mais se oferta na humildade, o mais pobre, o mais casto”, afirma.
Também é necessário na evangelização dos jovens levar a experiência de que Deus é amor e nos deixa livres. “O amor de Deus não nos esmaga ou subjuga. Os jovens precisam ter essa experiência do amor que cura e deixa livre.
Precisamos clamar o Espírito Santo para que nos renove no carisma e na evangelização dos jovens. Se temos o chamado à vocação Shalom, temos a missão de evangelizar os jovens. Estamos dispostos a ser pais e mães dos jovens desamparados que estão nos pedindo socorro?”, completa.
Não deixemos os jovens sozinhos
Em sua caminhada, os jovens enfrentam muitos desafios que podem deixá-los dispersos diante da voz de Deus, como as ideologias e a violência em suas várias formas.
“Não sejamos uma Igreja indiferente ao jovem que sofre por desconhecer a Deus. O demônio quer entrar na sexualidade e na fraqueza dos jovens, mas precisamos dizer que eles não são o que o mundo diz. Deus é amor! Precisamos levar aos jovens essa experiência de que Deus os ama apesar dos abandonos e maldades vividos por eles”, ressalta.
Outro ponto destacado pelo papa é o ambiente digital. “Muitos jovens estão distantes do convívio com os pais porque estão inseridos no ambiente digital e os relacionamentos online podem se tornar desumanos”, avalia Socorro.
É preciso também não privar os jovens de sonhar, é próprio da juventude desejar coisas grandes, mas é preciso acompanhá-los para que possam perseverar nas escolhas perenes da vida. “Não deixemos os jovens sozinhos. Eles almejam muitas coisas, mas precisam de nós para formá-los. Os sonhos precisam de perseverança para serem realizados. Não podemos roubar a esperança dos jovens em nenhum momento”, diz.
Discernimento vocacional
A Christus Vivit também traz muitos exemplos de jovens que se ofertaram a Deus e foram fieis a sua missão, entre os quais José do Egito, profeta Samuel, Rei Davi e Salomão. No novo testamento, o grande exemplo é a Virgem Maria. “Maria era muito jovem, mas era a mulher do SIM. Ela disse sim a Deus e deixou-se ser instrumento nas mãos do Senhor. Somos pessoas de SIM?”, questiona.
Para bem discernir o caminho vocacional, os jovens precisam mergulhar em uma experiência de oração. “Os jovens estão com a consciência adormecida pelas ideologias. Para bem discernir o caminho vocacional, é preciso silenciar e mergulhar em Deus. A primeira experiência precisa ser com Jesus que é amigo e nos olha com olhar amoroso”, completa.